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Nº 5868
Caderno B

Confira a programação do cinema (27/12/2019)

‘MINHA MÃE É UMA PEÇA 3’ FAZ RIR E ATÉ SE EMOCIONAR

Por TONY GOES/ FOLHAPRESS | Edição do dia 27/12/2019 - Matéria atualizada em 27/12/2019 às 06h00

Surpresa do filme está no roteiro consistente, apesar de faltarem algumas explicações
Surpresa do filme está no roteiro consistente, apesar de faltarem algumas explicações - Foto: Divulgação
 

Paulo Gustavo é o atual rei das bilheterias brasileiras. Em 2013, o primeiro “Minha Mãe É uma Peça” - baseado no monólogo do mesmo nome, por sua vez inspirada em dona Déa Lúcia, a mãe do ator - levou mais de três milhões e meio de pessoas aos cinemas. Entre 2016 e 2017, “Minha Mãe É uma Peça 2” mais que dobrou este número. E, na virada do ano passado para este, “Minha Vida em Marte” (em que Paulo Gustavo é o melhor amigo da protagonista, vivida por Mônica Martelli) fez mais de cinco milhões e meio de espectadores, uma cifra gigantesca para os padrões atuais. Diante desses números, era inevitável um terceiro longa estrelado por Dona Hermínia, o avatar materno do ator. Mas será que havia assunto? Afinal, a personagem já foi apresentadora de TV, já invadiu uma boate em busca da filha, já se meteu em encrenca em Nova York. Até a síndrome do ninho vazio, com os filhos saindo de casa, já foi explorada no longa anterior. E tudo isso sem um roteiro convencional, desses com trama que se resolve no final. A filmografia de Paulo Gustavo é assim mesmo, feita por cenas meio soltas: esquetes que funcionariam sozinhos em um programa de humor. Nada disso incomodou ao público, é óbvio. A surpresa em “Minha Mãe É uma Peça 3” é justamente o roteiro, bem mais consistente que nas empreitadas anteriores. No começo, dona Hermínia está entediada. Ela não trabalha mais na televisão (nenhuma explicação é dada) mas continua rica, morando em um amplo apartamento à beira-mar, em Niterói (RJ). Seu marasmo logo é sacudido por duas notícias: o filho Juliano (Rodrigo Pandolfo) vai se casar com o namorado e a filha Marcelina (Mariana Xavier) está grávida. Essas duas efemérides servem de motor para o filme. Enxerida que é, a matriarca se mete em tudo: os preparativos para o casório, o exame pré-natal, o jantar com a família do noivo, o chá de bebê. Com direito, é claro, a brigas com todos os parentes e recém-conhecidos –em especial, com Ana (Stella Maria Rodrigues), a futura sogra do filho. Ainda assim, o longa não deixa de ser episódico. Lá pela metade, há uma viagem totalmente gratuita a Hollywood: o único objetivo é mostrar (mais uma vez) que dona Hermínia não fala inglês. Sem falar no agravante que é o próprio Paulo Gustavo. Sua engraçadíssima metralhadora verbal também corre o risco de se tornar cansativa. Os mais sensíveis devem tomar um analgésico antes de ir ao cinema. Muito já se falou da ausência de beijo gay na sequência do casamento. A verdade é que ele não faz falta.

“Minha Mãe É uma Peça” termina com uma ode a todas as famílias, em qualquer configuração. Nos créditos finais, Paulo Gustavo ainda se declara a todas as pessoas importantes de sua vida, incluindo o marido Thales e os dois filhos do casal. Quem for esperando apenas dar risada corre o sério risco de se emocionar.

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