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Nº 5868
Caderno B

VITÃO DRIVE-IN

ENTREVISTA: cantor fala sobre a expectativa para show em Maceió, no próximo sábado (22), e conta detalhes sobre os dias de distanciamento social, retorno aos palcos e sonho de cantar com Djavan

Por MAYLSON HONORATO | Edição do dia 15/08/2020 - Matéria atualizada em 15/08/2020 às 05h00

Foto: Divulgação
 

Vitão é aquele tipo de artista que parece estar desde sempre presente nas nossas playlists, no entanto tem pouco mais de três anos de carreira. No palco, uma disposição e desenvoltura que camuflam ainda a pouca idade - o cantor e compositor completa 21 anos na próxima terça-feira (18). Com um repertório que está na ponta da língua de um público cada vez maior, Vitão desembarca em Alagoas no próximo sábado (22), quando inaugura o “Drive Experience Show”, arena para eventos no formato drive-in, localizada no Maceió Shopping. O artista paulista é uma dos mais ouvidos do ano passado e começou 2020 lançando o primeiro CD, intitulado “Ouro”. O disco traz 10 faixas compostas por Vitão e que apresentam uma mistura de sonoridades, com destaque para o rap, R&B e ainda um pouco de samba. A turnê “Ouro”, que será exibida em Maceió, foi interrompida pela pandemia do novo coronavírus e agora é retomada aos poucos, nesse novo formato. O Drive Experience Show é um espaço idealizado e gerido pela LS Entretenimento e promete uma agenda de espetáculos teatrais e musicais para os meses em que a pandemia do novo coronavírus persistir. Com a nova proposta, a empresa quer recolocar Alagoas no circuito dos shows nacionais, mesmo que momentaneamente sejam acessíveis apenas para os que possuem automóveis. Em uma descontraída conversa, Vitão comentou como tem sido a experiência dos shows no formato drive-in e ainda revelou detalhes dos seus dias de distanciamento social. Ele prometeu um show completo, com estrutura gigante, banda afiada e músicas do seu EP e do primeiro CD. Outra revelação foi o sonho de um dia dividir o palco com o alagoano Djavan.

Para começar, você chegou a ter um período de isolamento na pandemia? Como foi?

Cara, meu período de confinamento teve suas partes dolorosas e chatas, como eu acho que, se pá, todo mundo teve. Mas também tive uns momentos bons, de parar com tudo um pouco. Foi um momento em que eu pude olhar pra mim, dar uma respirada, olhar pra minha carreira, reorganizar as coisas da minha vida. Foi um momento de muita criatividade também, onde eu pude criar muita coisa nova, fiz muita música, então muita coisa aconteceu. E enfim, eu julgo como um momento que eu talvez tivesse precisando mesmo.


E depois de tudo isso, como está sendo voltar aos palcos, agora nos shows drive-in?

Os shows drive-in estão sendo muito legais pra mim. Eu tô adorando estar nos palcos de novo. E os palcos dos shows drive-in são sempre muito grandes, têm sempre um telão, é sempre uma estrutura muito grande. Me sinto muito bem no palco e tô achando tudo muito gostoso.


Tem algum ponto negativo?

Acho que o único ponto chato é que, pô, nem todo mundo tem carro e nem todo mundo tá podendo ir. As pessoas têm vontade de ir, mas não tem um carro. Mas, enfim, acho que a gente cada vez mais vai conseguir adaptar isso e acho que mais pra frente vai começar a ter show em teatro e aos poucos as coisas vão se adequando melhor e todo mundo vai conseguir assistir um show. Mas tô gostando bastante, o fato de estar no palco é um alívio muito grande. Eu tava com muita saudade de estar no palco.


Você chegou a se assustar ao se deparar com a fama?

Eu não cheguei a me assustar, até porque eu não tô muito famoso num nível que chegue a assustar assim. Eu tô começando, as coisas estão começando a caminhar. Minha carreira tem sido muito assim, tudo acontecendo gradualmente. Tá sendo de uma forma rápida, sim, mas gradualmente. Então, eu acho que tô tendo tempo e experiência suficientes pra assimilar tudo. Chegou como susto não, chegou como uma coisa muito boa.


Mas você já lida com muita atenção, principalmente nas redes sociais. Como é ler essas críticas e até receber hate na internet?

Acho que cada vez mais eu tenho lidado de uma forma boa, mais tranquila. Crítica na internet tem e sempre vai ter. A galera se sente num lugar de fala gigantesco, num lugar de julgamento. E você não está ali falando com as pessoas de verdade, às vezes nem é o nome da pessoa de verdade, então as elas se sentem protegidas por esse murão que é a internet. É até uma terra de ninguém, onde todo mundo acha que pode fazer e falar o que quiser. E acho que as pessoas que fazem hate e discurso de ódio na internet é uma galera que não tá bem consigo mesmo, que tem um buraco profundo no coração, sabe? É gente que tá faltando algo na vida. Então eu nem costumo me abalar com isso e nem costumo estar lendo o tempo inteiro. Fico mais na minha.


Depois de alcançar tantas coisas, quais são os seus sonhos hoje em dia?

Eu tenho muitos sonhos em mente e que eu não realizei. Eu quero tocar nos grandes festivais, no Rock In Rio, no Lollapalooza; e quero cantar ao lado dos grandes nomes da música brasileira. Assim como eu já cantei com a Ivete, eu quero cantar ao lado do Caetano Veloso, do Jorge Ben, do Seu Jorge, Zeca Pagodinho, Gilberto Gil, do Djavan. São pessoas que eu tenho muita vontade de colaborar e que, pra mim, representam grandes sonhos.


Você já disse que suas letras são como você fala. Mas existe algum método ou momento específico para compor? Ou vem e pronto?

Vem. Meu método de composição sempre foi uma coisa assim, natural. Eu me proponho a fazer uma coisa e faço. Ou, às vezes, é uma coisa que vem assim do nada e eu paro, sento e faço. Porque tem as que são feitas sob demanda, tipo, preciso fazer uma música tal para tal projeto.


Como é retornar para Alagoas neste momento, com o distanciamento e as restrições do público?

Acho que vai ser um retorno ótimo. Pra mim, independente das pessoas estarem dentro do carro, independente das restrições, só o fato de estar no palco e estar cantando pra alguém que tá ali me ouvindo, era o que eu mais tava sentindo falta nos últimos meses. E só de poder recuperar isso, independente da forma, se as pessoas estão um pouco longe, se estão de máscaras, só de estar no palco e ter gente ali me ouvindo de verdade já é um avanço gigante e uma felicidade muito grande.


Quais as novidades do show e o que o público pode esperar?

O show é completo, da turnê, a diferença é que tem algumas músicas novas, como Flores, com a Luisa Sonza. O público pode esperar muita alegria, muita energia. Eu tô sempre muito feliz no palco, principalmente nessa volta. Podem esperar um show com muita energia e com muita música boa. Eu tô com muita saudade de tocar pra vocês, tô com muita saudade do meu público, dos fãs maravilhosos, enfim, espero encontrar vocês em breve.

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