app-icon

Baixe o nosso app Gazeta de Alagoas de graça!

Baixar
Nº 5897
Caderno B

“O circuito delas está sendo ampliado e não é só na música”

Mel Nascimento comemora realização do Festival Alagadiças e garante que artistas alagoanas estão mobilizadas

Por Editoria de Cultura | Edição do dia 09/03/2021 - Matéria atualizada em 09/03/2021 às 04h00

Em Alagoas, a noite do Dia Internacional da Mulher contou com as vozes de mulheres artistas no palco virtual do Festival Alagadiças. A iniciativa exibiu apresentações musicais e poéticas gratuitamente e toda a programação segue disponível no YouTube (Festival Alagadiças).

A cantora Mel Nascimento é uma das produtoras do festival e também se apresentou na noite dessa segunda-feira (8). Ela, cheia de projetos para 2021, conversou com o Caderno B sobre a realização de um festival só de mulheres, o papel da mulher na arte em Alagoas e, claro, revelou alguns detalhes do que vem por aí.

Ao lado de Mel estavam Leide Olodum, Isabela Barbosa, Corpatômica, Andréa Laís, Ticiane Simões, Natasha Wonderfull, Isis Florescer, Alice Gorete, House Of Muzi, Amanda Conceição, May Honorato e Luh Santos. O grupo foi acompanhado pela banda Astral Suprema, composta por mulheres.


Mel Nascimento lança o CD ‘Força de Mulher’ ainda no mês de março
Mel Nascimento lança o CD ‘Força de Mulher’ ainda no mês de março - Foto: Divulgação
 

Qual a importância de impulsionar a divulgação da arte produzida por mulheres?

O festival traz para o debate o empoderamento feminino e para isto utiliza a arte como ferramenta. Acreditamos que a realização, além de buscar a autonomia da mulher enquanto artista, dá a ela o poder e a segurança na tomada de decisão de suas produções e, ainda, para além das artes.


De maneira geral, como você vê a participação da mulher na música alagoana? Essa participação tem sido mais efetiva, as coisas estão melhorando?

O “circuito delas” está sendo ampliado e não é só na música. Digo sem medo de errar que vários dos projetos mais incríveis em Alagoas, nos últimos anos, têm saído de mentes femininas. O sentimento de uma subir e puxar a outra é real, estamos nos contratando, permutando nossos produtos, divulgando nossos serviços, tudo isso em cadeia, uma espécie de bloco se movimentando para frente. Isso só fortalece o movimento, ignorando aquela bobagem de concorrência constante entre mulheres. Mas, logicamente, ainda precisamos de alguns anos de amadurecimento, tanto pelos cargos que ainda não são confiados às mulheres, ou ainda pela falta de profissionais em determinadas áreas do setor de eventos. E algo mais sensível que não posso deixar de falar é a insegurança que naturalmente sentimos dentro do processo, pois quase sempre se trata de pioneirismo. Isso nos dá um certo receio, mas logicamente não tem sido impedimento para nós.


O festival continua disponível no YouTube, qual o convite que ele faz ao público?

O Festival Alagadiças reúne a força de várias mulheres alagoanas incríveis, este projeto é encabeçado por mulheres e sua programação conta com apresentações culturais feitas por musicistas, cantoras, atrizes, dançarinas e poetisas. São artistas de vários segmentos, como corpos que se movem de maneira singular. Ocupando vários pontos num determinado espaço, assim como o movimento das ondas.  Chegamos com muito pioneirismo e criatividade. O público certamente vai encontrar mulheres talentosíssimas, de todas as linguagens, e que certamente o fará refletir e mergulhar em mais um viés cultural das Alagoas.


Nesse momento de pandemia, como foi o trabalho de produção?

Está sendo bem árduo este quesito, pois é tudo muito inconstante. A produção realmente viveu um dia por vez para realizar o festival e ainda manter tudo dentro dos protocolos de segurança. Tanto que a proposta inicial do festival era de acontecer no formato híbrido, mas por motivos já conhecidos por todos decidimos mantê-lo 100% online.


Como você percebe a si mesma como mulher na música de Alagoas e como andam os preparativos para lançar o CD ‘Força de Mulher’?

O nosso estado é culturalmente fértil e ao mesmo tempo tem espaços meio demarcados. Eu iniciei como a maioria, aproveitando os espaços que me eram ofertados, mas, a inquietação de artista foi maior, eu fui levada a esse garimpo de criar meus próprios espaços e ainda abrir caminho para outras mulheres. Estou super feliz e concluindo um processo incrível, meu próximo disco está pronto e cada vez mais completo. ‘Força de Mulher’ é o nome do disco e além de ser financiado através de vaquinha virtual, foi aprovado em editais da Lei Aldir Blanc. No dia 13 de Março, o meu site estará no ar, seguido do lançamento de CD nas plataformas digitais. Mais pra frente o DVD.  Como se não bastasse tanta coisa boa ainda vai sair o primeiro disco (autoral) das Tamboricas (Mulheres na Roda de Samba), a primeira roda de samba 100% feminina de Alagoas e que também foi viabilizado pela Lei Aldir Blanc.

Mais matérias
desta edição