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Nº 5897
Caderno B

Daniela Beny lança coletânea de textos teatrais

Atriz e dramaturga irá distribuir livros para grupos culturais de Alagoas

Por Editoria de Cultura | Edição do dia 24/03/2021 - Matéria atualizada em 24/03/2021 às 04h00

A atriz e dramaturga Daniela Beny acaba de lançar uma coletânea de textos teatrais curtos e irá distribuir o livro para grupos culturais de Alagoas. O exemplar traz cinco textos: Diálogos de quem não tem muito a dizer; A mãe da debutante; Voo ao solo; A cor da chuva; e O inevitável.

A obra, chamada de ‘Textos (tristes) de teatro’, foi contemplada pelo Prêmio Eric Valdo, que integra o pacote de editais da Secretaria de Estado da Cultura (Secul/AL), e é financiado pela Lei Aldir Blanc, do Governo Federal. A autora destinou 30 livros para grupos alagoanos, 1 exemplar por grupo, e realizou um cadastrado de interessados em receber a coletânea.

“Por grupos artísticos e culturais eu estou considerando grupos de teatro, dança, performance, circo, folguedos, cultura popular, comunidade de terreiro, comunidades quilombolas, comunidades indígenas; ampliando bastante para tentar furar a bolha do teatro realizado em Maceió. Como estamos nessa situação de pico de Covid, não será feito um lançamento presencial, os grupos se cadastraram preenchendo um formulário, os grupos do interior receberão via Correios e os de Maceió combinaremos a entrega”, informa.

Quem não está dentro desse perfil poderá adquirir a obra por R$ 35. Os primeiros 15 compradores terão um desconto e o livro sai por R$ 25.

Além de atriz e dramaturga, Beny é pesquisadora em teatro e em outras manifestações artísticas e culturais. O lançamento é o terceiro livro lançado por ela. A artista revelou detalhes sobre cada uma das obras incluídas no livro.


DIÁLOGOS DE QUEM NÃO TEM MUITO A DIZER

Traz um experimento em formato de conversa casual entre duas pessoas que formam um casal. A própria estrutura do texto foi pensada para que o leitor não tenha certeza de como é a configuração desse casal, se é um casal hetero, se são dois homens, duas mulheres. E também deixa em aberto o desfecho. Então, como experimento cênico, quem determina qual o final da história é o elenco, em acordo com o diretor.


A MÃE DA DEBUTANTE

Fala do conflito entre mãe e filha e é ambientado nos anos 50. A obra narra a opressão vivida por uma adolescente que não consegue conceber a falta de voz das mulheres na sociedade. 

“Esse texto foi escrito durante a faculdade, num período em que estávamos estudando a obra de Nelson Rodrigues. Os temas que ele abordava sempre ficavam martelando na minha cabeça”, conta Beny.


Voo ao Solo foi encenado em 2009, com a autora como protagonista
Voo ao Solo foi encenado em 2009, com a autora como protagonista - Foto: Reprodução
 

VOO AO SOLO

É um monólogo dividido em episódios, onde a personagem vai revisitando memórias de infância, seus medos e suas solidões.

“Na verdade eram crônicas que eu escrevia num blog, mas que por provocação do diretor de teatro Marco Antonio de Campos, acabou virando texto teatral”, revela.


A COR DA CHUVA

“Eu revisito o Mito da Caverna, mas pensando nele num futuro distópico, quando dois irmãos vivem numa biblioteca, se protegendo de uma chuva que dura vários anos, mas que certo dia parece cessar. O conflito se dá quando o mais jovem insiste em sair da biblioteca. O outro resiste por medo do que pode estar acontecendo do lado de fora. Eu lembro que comecei escrevendo ele num dia que eu estava visitando o Museu do Imigrante, em SP, e acabei ficando ‘presa’ lá por algumas horas, por causa de uma chuva torrencial que, inclusive, alagou a rua. Foi daí que fiquei pensando nessa situação de você se sentir preso a algo que talvez nem faça muito sentido.”


O INEVITÁVEL

“É outro texto para duas pessoas, em que um casal lida com suas escolhas e se arrepende um pouco disso. Dando espaço para pensar na possibilidade do “e se...” Tipo, “e se eu escolhesse não sair de casa naquele dia...”, adianta a autora.

“Os dois primeiros foram escritos como exercícios cênicos para o grupo de teatro que eu fazia parte na época.Os outros foram escritos no período que morei em São Paulo, para participar de um projeto na Funarte. Talvez por isso eles tragam muito a questão das incertezas, do conflito sobre escolhas, dos medos.”

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