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Nº 5897
Caderno B

Morre o mestre de Chegança Juvêncio Joaquim dos Santos

Patrimônio Vivo de Alagoas desde 2012, mestre morreu aos 102 anos, 80 deles dedicados à Chegança Cruzador São Paulo

Por DA EDITORIA DE CULTURA | Edição do dia 17/01/2023 - Matéria atualizada em 17/01/2023 às 15h19

/22 de Agosto de 2012
Entrevista que mestre de Chegança, Juvêncio Joaquim dos Santos, concederá à Secom. Ele foi eleito no inicio deste mês, e se junta aos mais de 50 mestres da cultura alagoana.
Foto: Raul Placido
/22 de Agosto de 2012
Entrevista que mestre de Chegança, Juvêncio Joaquim dos Santos, concederá à Secom. Ele foi eleito no inicio deste mês, e se junta aos mais de 50 mestres da cultura alagoana.
Foto: Raul Placido
/22 de Agosto de 2012
Entrevista que mestre de Chegança, Juvêncio Joaquim dos Santos, concederá à Secom. Ele foi eleito no inicio deste mês, e se junta aos mais de 50 mestres da cultura alagoana.
Foto: Raul Placido
/22 de Agosto de 2012
Entrevista que mestre de Chegança, Juvêncio Joaquim dos Santos, concederá à Secom. Ele foi eleito no inicio deste mês, e se junta aos mais de 50 mestres da cultura alagoana.
Foto: Raul Placido

 

22 de Agosto de 2012
Entrevista que mestre de Chegança, Juvêncio Joaquim dos Santos, concederá à Secom. Ele foi eleito no inicio deste mês, e se junta aos mais de 50 mestres da cultura alagoana.
Foto: Raul Placido
22 de Agosto de 2012 Entrevista que mestre de Chegança, Juvêncio Joaquim dos Santos, concederá à Secom. Ele foi eleito no inicio deste mês, e se junta aos mais de 50 mestres da cultura alagoana. Foto: Raul Placido - Foto: Raul Placido
  

Após mais de oito décadas navegando pela cultura alagoana, o artista e Mestre do Patrimônio Vivo de Alagoas, Juvêncio Joaquim dos Santos — o Mestre Juvêncio da Chegança — faleceu, no domingo (15), aos 102 anos, na cidade de Rio Largo, onde morava.


Natural de São Miguel dos Campos, mas radicado em Rio Largo, na Região Metropolitana de Maceió, mestre Juvêncio é o fundador da Chegança Cruzador São Paulo, que homenageia a cidade de São Paulo e o apóstolo Paulo, festejado em janeiro pelos fiéis católicos. O artista também foi Capitão de Mar e Guerra da Chegança do mestre Antônio Feitosa.


Já conhecido pelos seus trajes, sempre muito bonitos e charmosos, muitos confeccionados por sua esposa, seu Juvêncio foi declarado Patrimônio Vivo de Alagoas em 2012. De acordo com o neto, Edson Santos, o avô, que também era pai, amava a cultura popular e vivia para enaltecê-la e preservá-la.


“Era muito bonito ver a forma como ele gostava da chegança, sempre estava cantarolando pelos cantos, criava e cuidava dos uniformes com muito zelo. Lembro de quando ele sentava com minha avó para pensar nas roupas que cada integrante ia usar. A Chegança Cruzador era o ar que meu pai-avô respirava”.


O neto do artista também conta que o amor pela chegança era tão grande que, por um acaso do destino, seu Juvêncio teve dois familiares que seguiram carreira militar na Marinha do Brasil.


Enquanto teve saúde, mestre Juvêncio fez questão de comandar a Chegança Cruzador São Paulo, considerada uma das mais tradicionais de Alagoas, fundada em 1940. O mestre sempre foi conhecido por sua simpatia e elegância.


Para a família o artista, ele era também um sinônimo de força e afeto, pois nos momentos difíceis era ele quem abria os abraços e acolhia todos os familiares e amigos.


Keyler Simões, jornalista, produtor cultural e ex-presidente da Associação dos Folguedos Populares de Alagoas (ASFOPAL), esteve presente na cerimônia de entrega do Registro de Patrimônio Vivo do mestre Juvêncio e revela que, de longe, dava para sentir a energia daquele elegante e simpático comandante da Chegança Cruzador São Paulo.


“Com certeza Alagoas perdeu mais um de seus anjos folclóricos que passaram por aqui, que deixam saudades e muitos ensinamentos da gente simples de nosso Estado. Que navegue agora em mares calmos e festivos da eternidade de quem só fez o bem e deixará saudades!”, diz Simões.


Para a secretária de Cultura, Mellina Freitas, seu Juvêncio deixa um legado importante e uma grande lacuna dentre os Patrimônios Vivos de Alagoas.


“A cultura alagoana perde mais um grande mestre. Com muita tristeza, recebemos a notícia do falecimento do mestre Juvêncio, uma figura sempre presente nas atividades realizadas pela Secult e um homem que honrou seu título, sempre difundindo a Chegança e a cultura popular alagoana”, declarou.


A CHEGANÇA


Tipicamente natalina e genuinamente alagoana, a Chegança traz para o público a tradição náutica, com interpretações de homens que têm suas vidas ligadas ao mundo marítimo. Através dos ensinamentos ancestrais dos mestres, os integrantes do grupo vão contando as histórias, lamentos, momentos marcantes dos almirantes, capitão, Capitão de mar e guerra, mestre piloto, mestre patrão, padre-capelão, doutor cirurgião, oficiais inferiores, marujos e dois gajeiros.

Vestidos com trajes brancos típicos de marinheiros, os artistas entoam marchas cantadas contando os episódios de acontecimentos, ao som do pandeiro. O folguedo pode assemelhar-se ao Fandango e à Marujada de outros estados.

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