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Nº 5897
Caderno B

Projeto Germinar oferece oficinas de teatro para a comunidade LGBTQIA+

De forma gratuita, através do Teatro do Oprimido, oficinas irão fomentar a transformação da realidade por meio da arte

Por Thauane Rodrigues* | Edição do dia 21/04/2023 - Matéria atualizada em 24/04/2023 às 15h03

 

Foto: : Cortesia
  

Estético, político e pedagógico, assim é o Teatro do Oprimido, criado pelo brasileiro Augusto Boal em 1970 e presente em mais de 80 países. O modelo cênico-pedagógico se baseia no entendimento de que ser humano é ser artista. Desta forma, pensando em promover a conscientização social e a transformação política por meio da arte, entre os dias 24 e 28 de abril, na Escola Técnica de Artes da UFAL, às 8h, oficinas de Teatro do Oprimido serão ofertadas gratuitamente para comunidade LGBTQIA+.


Utilizando de jogos teatrais, improvisação e diversas formas de teatro participativo, a modalidade teatral busca apresentar a realidade e transformá-la, fazendo com que a arte tenha propósito social e mobilize as pessoas em busca de mudanças.


De acordo com Udson Araújo, coordenador do Laboratório Alagoano de Teatro do Oprimido (LATO), a ideia é pensar na realidade atual, mas pensar em um Brasil, em um mundo, como se quer que seja, convidando o público para dialogar junto e pensar sobre as problemáticas.


“O Teatro do Oprimido chega exatamente para desmistificar o espaço da arte e da cultura como um lugar para pessoas privilegiadas ou tocadas pelo dom divino, é um convite para que todo mundo possa fazer arte, um aspecto democratizante da arte, da cultura, além da abordagem dos temas sociais, ele nos faz sair da passividade para um lugar de construção”, explicou ele.


Em Alagoas, o Teatro do Oprimido chegou no cenário cultural em 2008 e, desde então, vem sendo difundido por diversos multiplicadores, assim como o ator Antônio Gueiros, que estará proporcionando cinco dias de vivências dentro da modalidade teatral para a comunidade LGBTQIA+.


Intitulada de “Germinar”, a ideia da oficina surgiu para o artista a partir das suas inquietações em unir as técnicas do Teatro do Oprimido com a comunidade LGBTQIA+. Com essa sendo a segunda edição, a oficina Germinar é uma iniciativa que oferece um espaço de acolhimento e cultiva sementes de ideias e sentimentos.


“Escrevi este projeto juntamente com a discente Júlia Pereira, que tem todo seu estudo voltado para a parte bibliográfica de Augusto Boal, enquanto eu fico com a parte prática em aplicar as oficinas e coordeno a parte teórica juntamente com a professora Dra. Ana Flávia Ferraz. Juntos, pesquisamos para dar visibilidade a questões sociais cada vez mais urgentes, mas que infelizmente ainda são permeadas por estigmas e preconceitos, sendo silenciadas”, contou Antônio.


Para o ator, a oficina será um ambiente seguro e acolhedor onde as pessoas poderão se identificar e compartilhar suas vivências, permitindo que elas se sintam vulneráveis e seguras para lidar com questões como opressões, preconceitos e violência.


“Acredito que o Teatro do Oprimido tem uma grande força em empoderar a comunidade LGBTQIA+, dando voz e espaço para que as pessoas possam falar sobre aquilo que foi guardado de maneira cuidadosa e sem julgamentos. A arte do teatro é uma ferramenta transformadora que nos permite reverter as situações que enfrentamos diariamente, trazendo confiança e segurança e resgatando aquele lugar que antes nos causava dor”, disse ele.


Na expectativa para os dias de atividade, o ator oficineiro garante que a comunidade LGBTQIA+ pode esperar muito carinho e acolhimento, pois será um local agradável. Antônio ainda aconselha que os participantes vão de coração aberto para deixar florescer as ideia e a experiências enriquecedoras.


Para os que desejam participar, é necessário realizar a inscrição através do link https://forms.gle/LAmpVBKStb8bBbAc7. É possível obter mais informações através do contato: (81) 8111-8182 ou pelo instagram @tomgueiros.


*Sob supervisão da editoria de Cultura

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