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NOVA NOVELA DAS NOVE

Remake de 'Vale Tudo' atualiza questões sociais e passeia entre o cômico absurdo e o drama

Uma das novelas mais emblemáticas da teledramaturgia brasileira volta no mês que vem, na TV Globo

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Taís Araújo interpreta Raquel, papel que foi de Regina Duarte no passado
Taís Araújo interpreta Raquel, papel que foi de Regina Duarte no passado | Foto: TV Globo

Quando "Vale Tudo" estreou, em 1988, o Brasil vivia a euforia da redemocratização e a angústia da inflação galopante. Trinta e sete anos depois, o país que assistirá ao remake da novela, a partir de 31 de março, na TV Globo, ainda se reconhece em questões correlatas e, principalmente, no dilema central da trama: é possível ser bem-sucedido e honesto ao mesmo tempo? A resposta parece exigir mais do que um "sim" ou "não".

Escrita por Manuela Dias, com direção artística de Paulo Silvestrini, a nova versão mantém o cerne da obra original, mas atualiza conflitos e personagens para dialogar com um Brasil transformado — e ainda em transformação. "As histórias são vivas", define Manuela, que evitou reproduzir a trama de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères como uma relíquia intocável do passado. "É como encontrar um amigo que você não vê há muito tempo: há familiaridade, mas também novidades", opina.

A história gira em torno de Raquel (Taís Araújo), guia turística em Foz do Iguaçu, e sua filha Maria de Fátima (Bella Campos), uma jovem obcecada em virar influenciadora digital. A ambição da moça, que aplica um golpe na mãe e foge para o Rio de Janeiro, reacende o embate entre ética e ascensão social. Vale tudo mesmo?

"Raquel é uma homenagem às mulheres que constroem este país, que estão na base da pirâmide", diz Taís, destacando a ressignificação do papel: na versão original, Regina Duarte interpretou a personagem.

"Raquel sempre foi preta. A sociedade é que não estava pronta para ter uma atriz preta em um papel de destaque", pontua Manuela.

Débora Bloch é a vilã Odete Roitman
Débora Bloch é a vilã Odete Roitman | Foto: TV Globo

A trama preserva o "perfume vintage" — como definido pela autora —, mas incorpora questões contemporâneas: o machismo, antes naturalizado, agora é estranhamento; a violência contra a mulher, antes normalizada, ganha críticas. A vilã Odete Roitman (Débora Bloch), ícone da ganância sem limites, segue pragmática, mas seu relacionamento com Maria de Fátima tensiona nuances raciais. "Odete só enxerga utilidade nas pessoas. Se Maria de Fátima serve a ela, o preconceito fica em segundo plano", explica Manuela.

Tanto para a autora quanto para o diretor artístico Paulo Silvestrini, essas questões delicadas da adaptação foram superadas com a naturalidade do processo civilizatório, afinal, pelo menos nesses quesitos, o Brasil vem mudando para melhor, mesmo a passos mais lentos que o desejado.

“A novela é do Brasil. E as histórias acabam, sim, refletindo o Brasil de hoje. Mas também é uma novela leve, divertida, com núcleos memoráveis e tudo feito com muito carinho por uma equipe comprometida. Esperamos que ela provoque reflexões e torne a experiência de quem ama novela, uma experiência divertida e impactante”, afirma Manuela, que diz não temer comparações.

CONFIRA O PRIMEIRO TRAILER DA NOVA NOVELA DAS NOVE

QUEM É QUEM NO REMAKE

Raquel (Taís Araújo): Guia turística honesta, em busca da filha no Rio.

Maria de Fátima (Bella Campos): Ambiciosa, sonha ser influencer e dá um golpe na mãe.

Odete Roitman (Débora Bloch): Vilã calculista, disposta a tudo pelo poder.

Ivan (Renato Góes): Executivo que se apaixona por Raquel.

Heleninha Roitman (Paolla Oliveira): Filha frágil de Odete, em busca de redenção.

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