Em clima de copa e carnaval
Quem vai ganhar o Oscar? Cinéfilos e especialistas de Alagoas respondem
97ª edição da premiação será neste domingo (2), em meio à folia brasileira. Cerimônia pode coroar ‘Ainda Estou Aqui’, de Walter Salles, e Fernanda Torres; saiba onde assistir


Fazer cinema é criar mundos. E nesses microcosmos há magia, mistérios e fé. Vilões, mocinhas, heróis, deuses, odes à humanidade imperfeita, além de uma paixão desmedida por boas histórias. Essa alquimia que provoca os sentidos será celebrada neste domingo (2), quando ocorre a 97ª cerimônia do Oscar, principal premiação do cinema estadunidense e mundial. Desta vez, a noite que reúne os maiores nomes da sétima arte está mais brasileira do que nunca, com as indicações ao longa Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, que concorre nas categorias de Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz, com Fernanda Torres no páreo.
Totalmente indicada, a atriz até tentou evitar grandes expectativas e o clima de Copa do Mundo. Mas isso é o Brasil. O sentimento para este fim de semana é o mesmo de uma final do Mundial. Agora, em vez da caneca dourada, a busca é pela estatueta inédita para o cinema nacional.
A TV Globo vai transmitir o Oscar ao vivo, diretamente do Dolby Theatre, em Hollywood, a partir das 21h. Também será possível assistir à cerimônia, com tradução simultânea, pelo G1, pela TNT e pelo streaming Max.

Ainda Estou Aqui chega forte na premiação e deve, sim, trazer a primeira estatueta para o Brasil. Pelo menos uma. O longa de Walter Salles aborda temas universais, como o autoritarismo e a resiliência. A produção original Globoplay leva para as telas a história de Eunice Paiva, heroína nacional que lutou pela própria família e por respostas diante do desaparecimento do marido durante o regime de exceção do qual o Brasil ainda se recupera.
Em apostas de grandes veículos norte-americanos, a exemplo do The New York Times, o filme aparece como favorito nas categorias Internacional e Melhor Atriz. Fernanda Torres concorre ao lado de Cynthia Erivo (Wicked), Karla Sofía Gascón (Emília Pérez), Mikey Madison (Anora) e Demi Moore (A Substância).
Há imbróglios que encontrarão um desfecho nesta noite e que nada têm a ver com o Brasil. Emília Pérez, com 13 indicações, está afundado em polêmicas — que vão desde o uso de inteligência artificial para corrigir sotaques, passa por declarações da equipe do filme sobre a falta de talento mexicano para contar uma história mexicana, e desemboca em tuites preconceituosos da protagonista Karla Sofía Gascón. O filme-farsa de Jacques Audiard tem seus méritos e, mesmo com tudo isso, pode surpreender - porém, espera-se, deve passar longe das categorias principais.
Para avaliar esse e outros pontos relevantes da corrida pelo Oscar 2025, incluindo a safra de filmes e o que eles dizem sobre o cinema contemporâneo, a Gazeta ouviu especialistas em cinema, cinéfilos e jornalistas de Alagoas. Confira os palpites e façam suas apostas!
Luiz Luan (@lluizluan)
Jornalista e apresentador do podcast Artes Cínicas

Esta talvez seja uma das temporadas mais imprevisíveis dos últimos anos. A esta altura, ainda há incerteza em categorias importantes, como Melhor Filme e Melhor Atriz, algo que está ficando cada vez mais raro. Também é uma safra de filmes irregulares, principalmente se comparada com a excelente seleção do ano passado. É bom lembrar que Hollywood vem de uma greve de roteiristas e atores, e muitas produções foram adiadas por conta disso. Com sorte, 2025 deve ser um ano melhor para o cinema. A melhor surpresa deste ano, claro, é Ainda Estou Aqui, a maior chance que o Brasil já teve de ganhar um Oscar na história, concorrendo, não só em uma, mas três categorias, incluindo Melhor Filme. Um feito que já está gerando bons frutos para o cinema nacional e provavelmente será o maior legado do Oscar 2025.
Melhor Filme Internacional
- Quem ganha? Ainda Estou Aqui
- Quem deveria ganhar? Ainda Estou Aqui
Após uma disputa ferrenha com Emilia Pérez durante toda temporada, na qual Ainda Estou Aqui levou a pior em basicamente todas as principais premiações, o filme brasileiro chega no Oscar no seu momento de maior evidência, enquanto o francês perde a força em meio a polêmicas. É seguro dizer que o longa de Walter Salles é merecidamente o favorito nessa categoria.
Melhor Roteiro Adaptado
- Quem ganha? Conclave
- Quem deveria ganhar? Nickel Boys
A categoria, que definitivamente não está muito forte este ano, ficará entre um destes filmes. Nickel Boys ganhou o prêmio do Sindicato dos Roteiristas, enquanto Conclave levou o Bafta. E embora o primeiro tenha certo frescor por ser todo pensado para funcionar na perspectiva em primeira pessoa de dois personagens, o filme dos padres fofoqueiros é um dos queridinhos da temporada, ainda que derrape nas próprias ambições no terceiro ato.
Melhor Roteiro Original
- Quem ganha? Anora
- Quem deveria ganhar? Anora
Anora foi o filme que ganhou o coração da indústria desde sua estreia no Festival de Cannes do ano passado. Depois de vencer o prêmio do Sindicato dos Roteiristas nesta categoria, está praticamente com as mãos no Oscar. Seu grande competidor é A Verdadeira Dor, que ganhou o Bafta e possui diálogos inspiradíssimos. A Substância também pode surpreender - é um dos favoritos dos votantes estadunidenses e talvez o que tenha a premissa mais criativa entre os indicados.
Melhor Diretor
- Quem ganha? Anora
- Quem deveria ganhar? Anora
Anora faz um trabalho muito bom de caminhar livremente entre gêneros e desenvolver de forma silenciosa as subjetividades de seus personagens principais em meio ao caos e aleatoriedade propostos pelo filme. O diretor Sean Baker já venceu o prêmio do Sindicato dos Diretores, o que o coloca como favorito no Oscar, mas pode ser surpreendido por Brady Corbet, que ganhou o Bafta nesta categoria.
Melhor Atriz
- Quem ganha? Demi Moore
- Quem deveria ganhar? Fernanda Torres
Fernanda Torres possui a atuação mais poderosa da temporada na pele da resiliente Eunice Paiva, mas o Oscar nem sempre premia qualidade, e sim narrativa. E a narrativa da atriz decadente dando a volta por cima com uma grande atuação e de quebra um Oscar para chamar de seu é a que eles mais gostam. Por isso, Demi Moore deve levar essa. Joga contra ela o fato de A Substância ser um filme de terror, gênero normalmente preterido pela Academia, e uma possível divisão de votos com Mikey Madison, que ganhou o Bafta. No entanto, os estadunidenses parecem muito dispostos a dar a ela o prêmio pelo conjunto da carreira. Espero estar muito enganado.
Melhor Ator
- Quem ganha? Adrien Brody
- Quem deveria ganhar? Adrien Brody
Brody protagoniza um filme que exige muito de seu alcance como ator e que gira quase que completamente em torno dele, obrigando-lhe a demonstrar uma variedade de emoções muito maior que qualquer um de seus competidores. Estava levando tudo na temporada, até Timothée Chalamet surpreender com a vitória no SAG, talvez por conta das alegações de que foi usada uma inteligência artificial para melhorar o sotaque húngaro de Brody em O Brutalista. De qualquer forma, vejo este tropeço muito mais como algo isolado do que como um indicativo de virada de jogo para Chalamet.
Melhor Filme
- Quem ganha? Anora
- Quem deveria ganhar? Ainda Estou Aqui
Se Ainda Estou Aqui não fosse um filme brasileiro falado em português seria o grande vencedor da noite. Mesmo com o impeditivo da língua, os estadunidenses que se propõem a ver o filme estão saindo emocionados e entregues à esta história universal, cheia de grandes atuações e com uma mensagem importantíssima, inclusive para a realidade deles. No entanto, por conta desta barreira das legendas e a visibilidade tardia do longa, acredito que muitos dos votantes não devem tê-lo assistido. Ao contrário de Anora, que é o grande favorito, que também tem grandes atuações e que é uma verdadeira montanha-russa de emoções. Vale ficar de olho em Conclave, que levou o prêmio principal do Bafta e o SAG de melhor elenco. Pode ser uma segunda via para a ala mais conservadora da Academia, que prefere narrativas mais clássicas.
Emanuele Lopes
Jornalista, cinéfila e servidora pública

Neste Oscar de 2025, é notável ver até onde Ainda Estou Aqui chegou. Além disso, o destaque de Anora, que já brilhava nos festivais, confirma como histórias sobre pessoas marginalizadas seguem em evidência — algo recorrente nos filmes de Sean Baker. Aqui, o olhar recai sobre uma profissional do sexo em busca de um lugar melhor no mundo.
Melhor Filme
- Quem ganha? Anora (vem crescendo desde Cannes e se consolidou na temporada)
- Quem deveria ganhar? Ainda Estou Aqui (é sempre bom sonhar!)
Melhor Ator
- Quem ganha? Adrien Brody (entrega uma performance brilhante)
- Quem deveria ganhar? Adrien Brody
Melhor Atriz
- Quem ganha? Demi Moore (sua trajetória em Hollywood se reflete na força da atuação)
- Quem deveria ganhar? Fernanda Torres (um trabalho impecável)
Melhor Diretor
- Quem ganha? Sean Baker (já se destacou em Cannes e mantém o favoritismo)
- Quem deveria ganhar? Coralie Fargeat (A Substância eleva o body horror a outro nível)
Melhor Roteiro Original
- Quem ganha? A Substância
- Quem deveria ganhar? A Substância (um roteiro provocativo e inovador)
Melhor Roteiro Adaptado
- Quem ganha? Conclave
- Quem deveria ganhar? Conclave (bem estruturado e envolvente)
Melhor Filme Internacional
- Quem ganha? Ainda Estou Aqui
- Quem deveria ganhar? Ainda Estou Aqui (um marco para o cinema brasileiro)
Leonardo Amorim (@leowikileaks)
Diretor, roteirista e ator

Melhor Filme
- Quem ganha? Anora
- Quem deveria ganhar? Anora
Anora se encaixa no caminho de premiações recentes do Oscar como Moonlight e Nomadland, filmes independentes, feitos com pouco dinheiro e que desafiam uma lógica de produção comum dos EUA. No caso de Anora é mais especial por ser um filme de Sean Baker, que está desde os anos 2000 dirigindo filmes de baixíssimo orçamento sobre figuras nas margens do sonho americano. A força do filme é a relação da protagonista com as personagens no seu entorno e as consequências hilárias e trágicas que isso traz, mostrando a potência das atuações para sustentar um filme com poucos recursos. O único outro filme que pode ganhar é Conclave, que é mais tradicional e já mostrou ser bem quisto nas premiações.
Melhor Ator
- Quem ganha? Adrien Brody
- Quem deveria ganhar? Adrien Brody
Muito se fala sobre a direção de Corbet, mas penso que o que interessa em O Brutalista está na personagem protagonista vivida por Adrien Brody. A trajetória de vida do arquiteto Laszlo somada às habilidades do ator permitem diversas dinâmicas, indo de um coitado viciado e moribundo para um chefe orgulhoso, de um ser infantilizado para um hipersexual. Junto com isso, em toda jornada de 3h30, os momentos que mais lembro gostar são simples conversas apenas por ouvir as falas, a escolha de entonações e sotaque, de forma que O Brutalista não faz sentido sem o que Adrien Brody faz em cena.
Melhor Atriz
- Quem ganha? Mikey Madison
- Quem deveria ganhar? Fernanda Torres
Nos últimos anos, quando o Oscar de atriz esteve entre uma jovem estrela dos EUA vs. Atriz consolidada estrangeira, a internacional perde. Só lembrar do exemplo Emma Stone contra Isabelle Huppert. Esse precedente me torna descrente sobre a vitória de Fernanda Torres, que é claramente a atuação mais sofisticada, mas adoraria estar errado. Pelo menos Mikey Madison não é ruim. A dedicação que ela entrega à personagem, seja pelo trabalho de sotaque ou no mergulho no humor físico que o filme proporciona, já a colocam como uma das melhores do ano. A grande alternativa também é Demi Moore, que desde a vitória no Globo de Ouro e recente vitória no sindicato dos atores se consolidou.
Melhor Diretor
- Quem ganha? Sean Baker
- Quem deveria ganhar? Sean Baker
Os dois principais concorrentes a direção esse ano são Sean Baker e Brady Corbet. Ambos com filmes de baixo orçamento independentes, que em seus processos lidaram com desafios de produção intensos, mas conseguiram fazer filmes que se aproveitam de suas limitações. Prefiro Sean Baker, mas a vitória de qualquer um manda uma mensagem clara sobre a necessidade de um caminho sustentável e maduro para o cinema dos EUA. Anora é o favorito, vencedor do prêmio do sindicato dos diretores e dos produtores. Paralelo a isso, a duração de O Brutalista e sua densidade afastaram diversos votantes da academia, que reclamaram do filme.
Melhor Roteiro Original
- Quem ganha? Anora
- Quem deveria ganhar? A Substância
Anora é o favorito da categoria, que nos últimos anos tende a premiar filmes independentes e autorais. Sean Baker já venceu o prêmio do sindicato de roteiristas, tornando-se favorito, e Anora tem um bom roteiro, ainda que não seja sua ênfase. O que mais gosto é o roteiro de Coralie Fargeat, que apresenta alegorias e exageros que o cinema comercial em geral parece se afastar por medo de ser mal interpretado ou acusado de mau gosto. No Oscar passado, o prêmio foi para Anatomia de uma Queda, também internacional, mas era um drama de tribunal sério, e não o terror exagerado de A Substância, gênero que também afasta os votantes.
Melhor Roteiro Adaptado
- Quem ganha? Conclave
- Quem deveria ganhar? Conclave
O destaque que Conclave vem recebendo nessa temporada de premiações é também sintoma de algo mais grave. O que há alguns anos seria um filme comum, hoje tem destaque, é visto com bons olhos. Isso porque a experiência da sala de cinema se vê tomada pelos filmes-evento de centenas de milhões de dólares, enquanto dramas e thrillers se transformam em minisséries ou são produzidos direto para o streaming. Então chega Conclave, um filme competente que entretém enquanto é visto, mas logo depois é esquecido, e já é suficiente para ser um dos principais concorrentes a Melhor Filme. E, sim, irá vencer melhor roteiro adaptado.
Melhor Filme Internacional
- Quem ganha? Ainda Estou Aqui
- Quem deveria ganhar? Ainda Estou Aqui
Um drama humanista bem realizado, como o Oscar tanto gosta, aquilo que o cinema argentino e outros países já fazem há alguns anos para conquistar o mercado internacional. O filme aposta em Fernanda Torres, e foi exatamente a força dela que garantiu as indicações e agora possível vitória. Com a presença online dos brasileiros e a medida que foi lançado nos Estados Unidos, o filme foi angariando mais apoio e fãs, o caminho contrário do concorrente na categoria. Emília Pérez começou como favorito e sofreu um enfraquecimento após o descobrimento de tweets de Karla Sofia Gascon e outras polêmicas, mas será que isso tudo foi suficiente? Só saberemos domingo na premiação.
Duílio Gomes (@Cinetrama)
Crítico de cinema

A seleção de indicados ao Oscar 2025 reflete uma safra marcada pela diversidade de estilos e narrativas. Do épico ao intimista, títulos como Ainda Estou Aqui, Anora e O Brutalista demonstram a força do cinema independente e internacional. A disputa entre Demi Moore, Mikey Madison e Fernanda Torres mostra o prestígio de atuações intensas e autênticas. Na Direção, a rivalidade entre Sean Baker e Brady Corbet reforça o espaço de cineastas autorais. Com tantas apostas ousadas, esta edição promete ser imprevisível e repleta de emoções.
Melhor Filme:
- Quem ganha? Anora
- Quem deveria ganhar? Nickel Boys
Anora conquistou a academia com uma narrativa que equilibra humor ácido e drama com maestria, atuações intensas e realistas, e um olhar sensível e humano.
Melhor Ator:
- Quem ganha? Adrien Brody (O Brutalista)
- Quem deveria ganhar? Adrien Brody (O Brutalista)
Adrien Brody mostra ao mundo que seu tempo nos grandes filmes não passou.
Melhor Atriz:
- Quem ganha? Demi Moore (A Substância)
- Quem deveria ganhar? Fernanda Torres (Ainda estou aqui)
Apesar do favoritismo de Fernanda Torres, a Academia decidiu premiar a trajetória de Demi Moore e sua capacidade de se reinventar como atriz.
Melhor Diretor:
- Quem ganha? Sean Baker (Anora)
- Quem deveria ganhar? Sean Baker (Anora)
Sean Baker, com Anora, demonstra um domínio excepcional da linguagem cinematográfica, criando uma obra que é ao mesmo tempo impactante e sensível.
Melhor Roteiro Original:
- Quem ganha? Anora
- Quem deveria ganhar? Anora
O roteiro original de Anora é uma obra-prima de equilíbrio entre o humor ácido, o drama pungente e a crítica social feroz.
Melhor Roteiro Adaptado:
- Quem ganha? Conclave
- Quem deveria ganhar? Conclave
Adaptar Robert Harris para o cinema foi uma tarefa muito bem executada.
Melhor Filme Internacional:
- Quem ganha? Ainda estou aqui
- Quem deveria ganhar? Ainda estou aqui
Um filme grandioso, com muito impacto emocional.
Carlos Nealdo
Jornalista e escritor

A 97ª edição do Oscar tem um sabor especial para os brasileiros. Pela primeira vez na história da premiação, um filme nacional (Ainda Estou Aqui) concorre na categoria principal da maior festa do cinema mundial. O clima é de Copa do Mundo. Entretanto, o páreo é difícil, especialmente em um ano em que há filmes como Anora, Conclave e Emília Pérez - embora este tenha perdido "pontos" devido às polêmicas em seu entorno.
Melhor Filme
- Quem ganha: Conclave
- Quem deveria ganhar: Emilia Pérez
O filme do diretor Edward Berger cresceu bastante nas últimas semanas, e chega à premiação como favorito, depois que Emilia Pérez perdeu a força devido às polêmicas em torno dele. Apesar de Conclave ser um filme bem construído e denso, Emilia é tecnicamente mais completo e agrada mais à Academia.
Melhor Ator
- Quem ganha: Ralph Fiennes
- Quem deveria ganhar: Adrien Brody
Indicado pela segunda vez (a primeira em 2002, quando ganhou pelo O Pianista, Adrien Brody se entrega totalmente ao personagem, com força dramática inquestionável.
Melhor Atriz
- Quem ganha: Fernanda Torres
- Quem deveria ganhar: Fernanda Torres
Fernanda Torres se agiganta com sua Eunice Paiva em Ainda Estou Aqui avança. A interpretação da atriz é eloquente no silêncio e no olhar. E quando fala, entrega uma personagem ainda mais dolorosamente intensa. Suas concorrentes com mais chances de lhe tirarem a estatueta - Karla Sofía Gascón (Emilia Pérez) e Demi Moore (A substância) - parecem apequenar-se diante da interpretação de Fernanda Torres. Além disso, a performance da Demi Moore é amparada na maquiagem.
Melhor Diretor
- Quem ganha: Jacques Audiard
- Quem deveria ganhar: Jacques Audiard
Apesar de tudo envolvendo Emilia Perez, a direção de Audiard é segura e precisa.
Melhor Roteiro Original
- Quem ganha: Anora
- Quem deveria ganhar: A Substância
Infelizmente, Hollywood não vê filme de terror com bons olhos (há trocadilho).
Melhor Roteiro Adaptado
- Quem ganha: Conclave
- Quem deveria ganhar: Conclave
O filme mantém a tensão do best-seller homônimo de Robert Harris.
Melhor Filme Internacional
- Quem ganha: Ainda Estou Aqui
- Quem deveria ganhar: Ainda Estou Aqui
Nessa categoria, o principal concorrente do filme de Walter Salles é Emilia Pérez, que foi alvo de uma série de polêmicas e acabou se "desgastando" diante da crítica, o que favorece ainda mais as chances de Ainda Estou Aqui.