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HOMENAGEADOS ANUNCIADOS

11ª Bienal do Livro de Alagoas vai celebrar a ligação cultural entre Brasil e África

Homenageados desta edição são referência na disseminação dos rituais das religiões de matriz africana no estado: Mãe Neide Oyá d’Oxum, Mãe Mirian e Pai Célio

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Bienal do Livro anuncia homenageados desta edição
Bienal do Livro anuncia homenageados desta edição | Foto: Ailton Cruz

Os preparativos para a 11ª edição da Bienal Internacional do Livro de Alagoas, que acontecerá entre os dias 31 de outubro e 9 de novembro, estão a todo vapor e os homenageados deste ano já foram anunciados e são três referências na disseminação dos rituais das religiões de matriz africana em Alagoas, além de serem Patrimônios Vivos do Estado. Mãe Neide Oyá d’Oxum será a patronesse; Mãe Mirian, a madrinha, e Pai Célio, que será o padrinho do evento.

Reconhecidos pelos trabalhos de valorização das religiões de matriz africana e das tradições culturais alagoanas, os três líderes são guardiões de saberes, tradições e espiritualidades que transformam comunidades e fortalecem a identidade cultural da população.

Este ano, o evento traz como tema a ‘Brasil e África ligados culturalmente em seus Ritos e Raízes’. Para o diretor da Editora da Universidade Federal de Alagoas (Edufal), Eraldo Ferraz, é uma temática que celebra a confluência África-Brasil em aspectos dos mais variados.

“São diversos aspectos como a língua, a literatura, a dança, a música, a culinária e outros costumes dos diversos grupos do Continente Mãe da humanidade que contribuíram para a formação da identidade cultural do povo brasileiro. Mais, precisamente, homenageando os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa [Palop]: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique e São Tomé e Príncipe”, explicou Ferraz.

Ele destaca que a edição deste ano contará com muitas novidades. “O público que vai frequentar a 11ª Bienal pode ficar certo de que vai encontrar uma variedade de atividades culturais: exposição da Pinacoteca da Ufal, um espaço instagramável do Quilombo; além das editoras universitárias e comerciais que divulgaremos em breve”, adiantou Eraldo.

Única do segmento a ser realizada por uma universidade pública, a Bienal Internacional do Livro de Alagoas chega à sua 11ª edição consolidada como o maior evento cultural e literário do estado. Para tanto, conta, mais uma vez, com o governo de Alagoas no papel de correalizador.

Foi pensando nisso que o professor se reuniu na última semana com a secretária de Estado da Cultura e Economia Criativa de Alagoas, Mellina Freitas, que também reafirmou o compromisso da pasta com a Bienal. Para ela, celebrar Mãe Neide, Mãe Mirian e Pai Célio é reconhecer a força de quem mantém viva a memória, a espiritualidade e a cultura alagoana.

“É impossível contar a história cultural de Alagoas sem mencionar esses três grandes nomes, que são exemplos de resistência, sabedoria e generosidade. Seus terreiros são espaços de acolhimento, formação e cultura viva”, destacou.

Outro importante apoio via governo de Alagoas acontece por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapeal) que, em parceria com a Edufal, lançou recentemente o edital para publicação de 22 teses e dissertações dos Programas de Pós-graduação (PPGs) de Alagoas que atendam aos critérios da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e que serão lançadas durante o evento.

“Este edital demonstra, mais uma vez, o compromisso dessas instituições com a disseminação do conhecimento e a valorização da produção acadêmica. Além disso, a parceria entre a Editora da Ufal e a Fapeal é um exemplo de como a colaboração entre instituições pode gerar resultados positivos e contribuir para o desenvolvimento da sociedade”, celebrou o professor Eraldo Ferraz.

HOMENAGEADOS

Natural de Arapiraca, Mãe Neide Oyá d’Oxum mantém o Centro Espírita Santa Bárbara, na parte alta de Maceió, onde desenvolve ações sociais e culturais. Reconhecida também como chef de cozinha, ela traz em sua gastronomia a ancestralidade afro-quilombola. Já foi eleita a melhor chef do país, é embaixadora da gastronomia alagoana e é Patrimônio Vivo de Alagoas desde 2011.

Mãe Mirian nasceu em Piranhas e iniciou sua jornada espiritual ainda na infância, enfrentando doenças e dificuldades familiares. Foi guiada pelos orixás desde cedo e encontrou refúgio nas religiões de matriz africana em um contexto de perseguição. Hoje, é símbolo de resistência e de força feminina dentro das tradições que representa. Ela também é um Patrimônio Vivo de Alagoas, reconhecida pelo Governo de Alagoas, em 2021.

Pai Célio, por sua vez, é historiador e líder religioso desde a juventude. Criou, em 1984, o Núcleo de Cultura Afro Brasileira Iyá Ogun-té, uma instituição sem fins lucrativos voltada à formação e ao fortalecimento das comunidades tradicionais, promovendo oficinas, palestras e cursos voltados à cultura afro-brasileira.

A 11ª Bienal do Livro de Alagoas acontece no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, no bairro de Jaraguá, em Maceió.

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