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sexta-feira, 25/04/2025 | Ano | Nº 5953
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GATRONOMIA E TRADIÇÃO

Piaçabuçu transforma caju em doces e leva sabores da agricultura familiar ao Alagostoso

Cooperativas e associações apresentam produtos artesanais feitos a partir de frutos nativos em evento gratuito em Maceió

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As produtoras Rita e Eliene da Coopearp
As produtoras Rita e Eliene da Coopearp | Foto: Divulgação

Durante a safra de novembro a janeiro, o caju se transforma no ouro doce de Piaçabuçu, invadindo as feiras livres da cidade com fartura. Quando não vendido, o fruto muitas vezes se perde ao sol. Para evitar esse desperdício e agregar valor ao que antes era descartado, a Cooperativa Ecoagroextrativista (Coopearp) passou a produzir doces prontos para o consumo.

No Alagostoso, evento que celebra a gastronomia alagoana, a Coopearp apresenta parte dessa produção, levando o doce de caju, a pimenta rosa, além de geleias de mangaba e tamarindo — expressões autênticas do sabor e da identidade da agricultura familiar da região. Uma das 28 mulheres à frente da iniciativa é Rita Paula dos Santos. "Em Piaçabuçu não passamos fome, tem uma riqueza de frutas e o Rio São Francisco, e com a cooperativa nada se perde, se transforma em doces. E a pimenta rosa tem mercado certo, mas queremos no Alagostoso conquistar novos mercados", afirma.

Para a professora e pesquisadora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), a bióloga Flávia Moura, Piaçabuçu é muito mais do que as dunas e a foz do São Francisco que costumam atrair visitantes. "O município tem parte de suas terras dentro de Áreas de Proteção Ambiental — a APA de Piaçabuçu, que abrange as dunas entre o Pontal do Peba e a Foz do Rio São Francisco (federal), e a Apa da Marituba (estadual) — que abrigam uma biodiversidade riquíssima", ressalta.

A professora e pesquisadora da UFAL, Flávia Moura
A professora e pesquisadora da UFAL, Flávia Moura | Foto: Divulgação

Segundo Flávia, embora cooperativas e associações locais já realizem o beneficiamento de frutos nativos, a dificuldade em escoar essa produção ainda é um desafio a ser enfrentado. "Feiras e eventos pontuais não são suficientes. Com o Alagostoso, queremos apresentar esses produtos para o principal mercado: Maceió — com seus bares, empórios e restaurantes", explica.

O evento também reúne outras experiências da agricultura familiar de Alagoas. De Senador Rui Palmeira, a Cooperativa Cactus traz uma linha criativa com geleias extra picantes de umbu, umbunana com gengibre, licuri cristalizado e doce integral de umbu, todos feitos a partir de frutos nativos e respeitando o bioma local. De Santana do Ipanema, chegam o molho artesanal de tomate cereja com manjericão e a geleia premium de acerola picante da Associação dos Agricultores Familiares de Santana do Ipanema. Já Palmeira dos Índios apresenta compotas, geleias, molhos defumados e o fermentado de jabuticaba da Cooperativa Camponesa.

Maceió também marca presença com a Uniprópolis, levando mel e própolis produzidos na capital. Como convidado especial, o Cacau Matriz apresenta seus chocolates artesanais, elaborados com cacau cultivado em Matriz de Camaragibe e em outras cidades alagoanas.

Doce de caju, a pimenta rosa, geleias de mangaba e tamarindo da Coopearp
Doce de caju, a pimenta rosa, geleias de mangaba e tamarindo da Coopearp | Foto: Divulgação

O Alagostoso é gratuito e oferecerá degustações, rodada de negócios e comercialização de produtos do extrativismo sustentável, em uma oportunidade de conhecer, saborear e valorizar os saberes e sabores do interior alagoano. Para participar, é necessário realizar uma inscrição previamente, que pode ser feita clicando aqui.

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