ARTE
Exposição ‘A pintura fala para o olho que ouve’ reúne obras de Delson Uchôa
Mostra na Galeria Cesmac de Arte Fernando Lopes será aberta nesta quarta-feira e segue até 30 de junho


Para celebrar os seus 15 anos de fundação, a Galeria Cesmac de Arte Fernando Lopes recebe, a partir desta quarta-feira (30), a exposição individual "A Pintura Fala para o Olho que Ouve", que percorre quatro décadas de trajetória artística de Delson Uchôa. Com curadoria de Flora Uchôa, a mostra abre nesta quarta-feira (30), às 19h.
Com obras criadas desde os anos 80 até os dias atuais, a exposição convida o público a decifrar os códigos visuais de um artista que inventa sua própria alquimia de materiais, transformando a luminosidade tropical em “corpos-pintura”.
“Delson Uchôa é um artista excepcional e iniciou seus estudos artísticos na Fundação Pierre Chalita, paralelamente com o Curso de Medicina, onde formou-se em 1981. Mergulhando nos fundamentos da pintura, ele buscou seu aprimoramento técnico e estético em uma viagem de estudos pela França, mantendo contato direto com grandes mestres da pintura europeia”, afirma o professor Douglas Apratto Tenório, vice-reitor do Centro Universitário Cesmac.
Ao retornar ao Brasil, Delson residiu no Rio de Janeiro, onde se integrou ao efervescente cenário artístico dos anos 1980. Foi nesse período que Uchôa participou da icônica exposição "Como Vai Você, Geração 80?", organizada por Marcus de Lontra Costa e Paulo Roberto Leal na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. A mostra, um marco na arte brasileira, reuniu os nomes mais inovadores da época e consolidou Uchôa como parte de uma geração que reinventou a pintura no país.
Nos anos 1980, Uchôa integrou o time de jovens talentos da Galeria Saramenha, onde realizou duas individuais marcantes (1985 e 1988). Na década seguinte, chamou a atenção da Galeria Thomas Cohn (RJ), que adotou seu estilo "pop-neoconcreto", marcado por grandes formatos, trompe-l'oeil e elementos visuais que dialogavam com a cultura popular nordestina. Lá, Uchôa realizou individuais em 1990 e 1993, firmando-se no circuito nacional.
Seu trabalho ganhou projeção nacional na XXIV Bienal de São Paulo (1998), integrando o Núcleo Histórico sob curadoria de Paulo Herkenhoff, que destacou: "Uchôa extrai a luminosidade e estridência cultural da cor do Nordeste". Entre 2001 e 2003, Delson Uchôa consolidou seu lugar no cenário artístico nacional com uma série de conquistas marcantes. Em 2001, sua obra ganhou destaque nacional através de um documentário da TV Senac, que registrou o impressionante processo de instalação de suas monumentais pinturas "Catedral" (10m) e "Curral da Praia" (6m) no futuro Centro Cultural de Maceió, utilizando cabos de aço.
Em 2003, foi convidado pelo crítico Aguinaldo Farias para expor na renomada Galeria Tomie Otake em São Paulo, ao lado dos consagrados pintores Caetano de Almeida e Cássio Michalany, em uma mostra que celebrou a diversidade da arte contemporânea brasileira. Em 2005, o artista alcançou novos marcos em sua carreira ao ocupar o MAMAM – Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, no Recife, com curadoria de Moacir dos Anjos.
No mesmo ano, teve duas obras incorporadas ao acervo do Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro, reforçando sua presença em coleções de prestígio nacional.
SERVIÇO:
Exposição “A Pintura Fala para o Olho que Ouve”, de Delson Uchôa
Quando: De 30 de abril a 30 de junho de 2025
Local: Galeria Cesmac de Arte Fernando Lopes
Horário de Funcionamento: Das 9h às 12h e das 14h às 17h