Cerca de 500 trabalhadores sem-terra e assentados ligados ao Movimento Via do Trabalho (MVT) e ao Movimento de Libertação pela Terra (MLT) ocuparam ontem as duas sedes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no Centro de Maceió. Os agricultores reivindicam a saída da superintendente do Incra em Alagoas, Lenilda Lima, e denunciam o sumiço de cerca de R$ 50 milhões que o órgão deveria ter investido em Alagoas, nos últimos cinco anos. O coordenador estadual da Via do Trabalho, Marcos Antônio da Silva, o Marrom, explica que não se trata de uma denúncia de desvio de recursos. Pelo menos, por enquanto. “É um recurso federal que foi mal aplicado porque as obras de estradas e casas não foram concluídas. A gente quer apenas que o Incra explique onde está esse dinheiro”, informa Marrom. Para os assentados e os sem-terra, o que mais revolta é a sensação de que o Incra, por meio da superintendente, só estaria empurrando o problema com a barriga. “Este ano, já completamos doze reuniões com a Lenilda sem nenhuma resposta”, afirma Sônia Soares, também do MVT.