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Prefeitura fecha boates de prostituição

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REGINA CARVALHO Repórter Três pessoas presas em flagrante, apreensão de documentos e a interdição das boates 209, em Jaraguá e Beco’s, no Centro, além do indiciamento do dono das boates, o empresário da noite, Denis Gonçalves de Mello. Esse foi o primeiro balanço da Operação Cinderela, desencadeada pelo Ministério Público Estadual, com apoio da Polícia e da prefeitura de Maceió. A blitz do MP foi realizada na madrugada do último sábado em casas de prostituição, e terminada ontem, com o fechamento das boates 209 e Beco’s, no Centro, interditadas pela prefeitura de Maceió. Notificadas pela Superintendência Municipal de Controle do Convívio Urbano (SMCCU) por três vezes, as boates foram fechadas porque os proprietários não apresentaram alvará de funcionamento e taxa de localização. Essa já é a terceira notificação, lembrou o coordenador de fiscalização da SMCCU, Guilherme Cavalcanti. As investigações da operação Cinderela foram iniciadas em 2002 e era mantida em sigilo por membros do MP. Os responsáveis pelas casas noturnas serão indiciados por favorecimento à prostituição e tráfico interno de mulheres. Para as promotoras que participaram da operação, trata-se de uma organização criminosa, que traz garotas de outros estados para atuarem em Maceió como prostitutas. Encontramos situações, nessas casas, que reforçam a tese de que estava havendo tráfico de pessoas e exploração sexual infanto-juvenil, explicou a promotora Marluce Falcão. ### MP denuncia organização criminosa A Operação Cinderela foi realizada em todo o País, pelo Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC). As casas de prostituição de Maceió Cocktail Club, Beco’s, 209, Eclipse, Pippo’s e algumas de Rio Largo foram fiscalizadas. Segundo as promotoras, Dênis Mello e sua esposa, Girlane Santos Silva, mais conhecida como Leninha, que são os proprietários das boates Beco’s e 209, serão indiciados pelo crime de prostituição e exploração infanto-juvenil. Essa não é a primeira vez que eles são responsabilizados por esse tipo de crime. Já responderam a outros processos, informou Marluce Falcão. Prostíbulos De acordo com Karla Padilha e Marluce Falcão, garotas de programa eram agenciadas em Pernambuco por Leninha e trazidas para Maceió. Ela tem uma empresa chamada GSSilva, que é uma organização criminosa, acrescentou Marluce Falcão. As promotoras apresentaram documentos e objetos apreendidos nos prostíbulos, que começaram a ser analisados ontem. CPUs de computadores, telefones celulares, balanços das finanças das casas de prostituição, álbuns de fotografias das garotas de programa, carteiras profissionais, câmeras de vídeo e disquetes estão numa sala do Ministério Público. Rio Largo Uma equipe de promotores foi ao município de Rio Largo onde, segundo eles, há várias casas de prostituição. Entretanto, não conseguiram êxito na fiscalização. Há suspeitas de que as informações vazaram porque encontramos as casas fechadas em plena sexta-feira, dia de movimento. Temos informações de que há várias casas de prostituição em Rio Largo, mas não foi feito o flagrante, declarou a promotora Karla Padilha. Irregularidades A boate Cocktail, em Jacarecica, já havia sido denunciada por exploração sexual de crianças e adolescentes. De acordo com as promotoras, os proprietários do estabelecimento respondem por exploração sexual a duas crianças. Encontramos nas casas de prostituição inúmeras irregularidades como a falta de extintores, de higiene, fiação elétrica desprotegida e poucas condições no alojamento onde as garotas viviam, lembrou Karla Padilha. Segundo a promotora, há indícios de que documentos tenham sido falsificados para alterar a idade das garotas de programa. |RC ### Ex-PM suspeito de participar do esquema No relatório de fiscalização no Cocktail Club os promotores pediram investigação complementar em relação a uma pessoa suspeita da prática de agenciamento de mulheres para prostituição, supostamente um militar da reserva da Polícia Militar de Alagoas. A Polícia Civil investiga se as câmeras de vídeo, encontradas na boate Beco’s, camufladas dentro de caixas de som, seriam utilizadas para extorsão. Suspeitamos, mas ainda não temos a denúncia. Não tivemos acesso às fitas, informou Marluce Falcão. O levantamento feito na operação Cinderela aponta que o patrimônio dos proprietários cresceu nos últimos anos. Dênis Mello e a esposa têm pelo menos 15 contas bancárias e acumulam diversas ações trabalhistas contra eles. Em agosto deste ano tiveram um faturamento líquido de mais de R$ 120 mil. Vamos investigar também o bar Boêmia, que é deles, e pode trabalhar com turismo sexual, acrescentou Marluce Falcão. As garotas de programa encontradas nas quatro boates foram ouvidas como testemunhas. A operação envolveu promotores de Justiça, procuradores da República e regionais do Trabalho, militares da Assessoria da Procuradoria Geral de Justiça, do Tigre, Corpo de Bombeiros, delegados, policiais civis, agente do Instituto de Criminalística, conselheiros tutelares e integrantes do projeto Sentinela, SMCCU e Vigilância Sanitária.|RC

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