Na reta final para o Enem, estudantes intensificam estudos
Para professores, exame deste ano deve focar no conteúdo e abordar temas clássicos
Por felipe moraes | Edição do dia 31/10/2019 - Matéria atualizada em 31/10/2019 às 06h00
A três dias do início das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que ocorrem neste domingo (3), alunos intensificam os preparativos por meio de revisões e aulões a fim de garantir o acesso ao ensino superior.
A prova não é considerada fácil e costuma dar medo para a maioria dos jovens. Não é o caso, porém, de Ana Vitória, estudante do terceiro ano do ensino médio em um colégio particular de Maceió, que revelou estar bastante confiante em relação ao Enem deste ano. “Já prestei a prova no primeiro e segundo ano do médio. Na época tinha muito assunto que não tinha visto, que veríamos somente no último ano. Porém, quando refiz as questões agora, eu consegui fazê-las tranquilamente”, revelou. Ana diz querer tentar uma vaga no curso de Medicina pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e revelou estar estudando já há algum tempo. Ela apontou a possível abordagem conteudista para este ano, fazendo questões direcionadas para estudar para a prova. “Dizem que a prova será mais conteudista, tem várias apostas, não sei muito bem o que esperar. Fazia as questões do colégio e fazia as do Enem para ir me adaptando”.
ESTRATÉGIA
Outros dois estudantes demonstraram interesse em prestar vestibular para o curso mais concorrido da Ufal, cuja média necessária para se entrar no curso chega próximo dos mil pontos. Divergindo um pouco dos colegas, a estudante Isabela Oliveira aposta na área das ciências humanas e diz ter interesse em entrar no Curso de direito da Ufal. Comentando um pouco sobre a prova, a vestibulanda demonstrou não ter medo de enfrentar o exame. “Eu acho que não é uma prova difícil, mas o nervosismo e a ansiedade contribuem para gente não se dar bem na prova. Eu fiquei nervosa [ na primeira vez em que prestou o Enem], por conta do tempo”, revelou. Para conseguir superar o nervosismo e a ansiedade anteriormente comentados, Isabela revelou ter estudado para as disciplinas das quais não tinha muita afinidade, mas destacou ainda ter um pouco de receio. “Eu estudei mais para as coisas que não tenho muito afinidade, como matemática. Para ser sincero me assusta um pouco não é uma coisa que estamos acostumados, mas a gente estudou. Não é uma coisa que vamos nos chocar em ver”, completou.
PROFESSORES
Assim como seus alunos, a professora de inglês Eryka Karine demonstrou otimismo para quando foi perguntada sobre as suas expectativas para esta edição do Exame e apostou no preparado de seus alunos como fator determinante. “Tenho as melhores expectativas possíveis, os meninos estão preparados, temos uma prova voltada para a questão da interpretação textual. Então a gente exaustivamente trabalhou questões de textos, nas revisões, simulados e avaliações”, comentou. Anteriormente, o presidente da república Jair Bolsonaro (PSL) comentou sobre a possibilidade das provas desse ano passarem por uma prévia filtragem de seu conteúdo, tendo alegado, inclusive, querer ter acesso prévio às provas. Questionada a respeito do caso, a docente comentou não enxergar possíveis grandes alterações no perfil já estabelecido pelo Enem, mantendo as questões sobre cidadania, sustentabilidade e direitos humanos. “Eu não acredito que a prova venha com um intuito ideológico, eu realmente acredito que seja uma prova conteudista, que trabalhe com temas clássicos, que são importantes para a sociedade, com questões da sustentabilidade e direitos humanos” Para o professor de Biologia Daniel Lima, a guerra ideológica declarada por Bolsonaro também não deve interferir no perfil das questões propostas no caderno de ciências naturais e alegou a possibilidade de haverem questões relacionas a desastres naturais. “É possível que seja cobrado o desastre de Mariana. Em relação ao vazamento de petróleo que vem ocorrendo na costa nordestina, eu creio que não apareça, porque foi recente e a prova já foi elaborada”, explicou Daniel. Ambos os profissionais alertaram aos alunos a prestar atenção no conteúdo anunciado diretamente nas perguntas feitas no enunciado das questões. Para os docentes, é importante analisar o foco da pergunta, para que não haja a necessidade de se ler o texto.
* Sob supervisão da editoria de Cidades.