Creches p�blicas s� atendem 1% das crian�as
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Por | Edição do dia 17/03/2002 - Matéria atualizada em 17/03/2002 às 00h00
FÁBIA ASSUMPÇÃO A pouca oferta de vagas em escolas de educação infantil e creches em Maceió vem deixando milhares de crianças sem assistência, principalmente de famílias de baixa renda. De acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população de 0 a 4 anos chega a 81.875 na Capital, e hoje apenas 1% está sendo atendida pelas creches municipais. A coordenadora de creches da Secretaria Municipal de Educação, Maria Aparecida Brandão Martins, reconhece que o número de creches existentes hoje no município não é suficiente para atender a demanda. Hoje, as 10 creches administradas pelo município atendem a 1.057 crianças a partir de um ano e sete meses a seis anos. No ano passado eram assistidas apenas 559 crianças. Aparecida explica que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação estabelece que a educação infantil vai da faixa de zero a seis anos. As crianças de zero a três anos são atendidas pelas creches e as de quatro a seis anos vão para a pré-escola. Ela salienta que como a LDB preconiza que tanto a creche como a escola são equipamentos de educação e não apenas de assistencialismo, elas passaram a ser administradas pelas secretarias de Educação. Com isso, todas as creches do Estado, antes nas mãos da Secretaria de Assistência Social, foram transferidas para o município, que é responsável pela educação infantil. Para ampliar o número de vagas nas creches municipais, a Semed, em entendimento com os pais, reduziu a carga horária dos alunos da pré-escola. Antes, os alunos de cinco e seis anos passavam o dia todo na creche. Agora, eles passam apenas um turno, tendo direito a duas refeições diárias (café da manhã e almoço) para os matriculados no período da manhã e os da tarde um lanche às 15 horas e o jantar. Já os da creche passam o dia todo com direito a quatro refeições diárias, além de desenvolverem outras atividades, explica Aparecida. Em algumas creches, no entanto, os pais não aceitaram esse acordo, como na Breno Agra, no Benedito Bentes, e Rosane Collor. Por isso, o número de alunos dessas creches não pôde ser ampliado, uma vez que todas as crianças, tanto da pré-escola como das creches, passam o dia todo na unidade. A proposta da Semed é aumentar o número de vagas com a restauração de mais quatro creches repassadas pelo Estado. Nosso objetivo é chegar ao final do ano com 20 creches em funcionamento, duplicando o número de crianças matriculadas. Sem recursos Para isso, a secretaria vem rastreando prédios públicos que possam ser utilizados como creches, além da utilização do espaço de três Caics. Segundo Aparecida, a situação da Educação Infantil seria bem melhor se fosse contemplada pelos recursos do Fundef. Ela observa que hoje as creches são mantidas exclusivamente com recursos da prefeitura. É de fundamental importância atender um número cada vez maior de crianças nas creches, uma vez que quanto mais cedo ela começa a ser educada, mais reduz o índice de repetência no ensino fundamental. Apesar das dificuldades para manutenção das creches, Aparecida enfatiza que o trabalho pedagógico desenvolvido nelas vem atraindo, inclusive, o interesse de pessoas de classe para matricularem seus filhos. As creches são voltadas principalmente para atender os pais carentes, mas a secretaria não pode se negar a matricular quem quer que seja. As creches também ganharam o reforço de 70 professores, aprovados em concurso público. A proposta da Semed é criar Centros de Educação Infantil, onde a criança só sairia após a conclusão do Ensino Fundamental. Um dos primeiros centros deve ser implantado na Creche Breno Agra, no Benedito Bentes.