E a situação complicou. Se antes estava difícil para os alagoanos lidarem com o aumento do preço da carne bovina, agora, com o aumento da carne de frango e de porco, a situação piorou e tem levado preocupação, em vez de proteínas, à mesa dos nordestinos. O aumento é novamente devido às exportações para o continente asiático, mas dessa vez as festas de fim de ano também estão envolvidas. Com o aumento do preço da carne bovina o jeito que os alagoanos acharam foi mudar a mesa e procurar suprir a falta da proteína com outras carnes, mas agora a situação complicou. “Está difícil manter a mesa farta desse jeito. Com o aumento da carne de boi nós viemos atrás do frango como forma de contornar a situação, mas agora ela também aumentou, e não sabemos como lidar com isso. São aumentos relevantes para quem mantém uma casa”, relatou Miriam da Silva.
“Eu costumo comprar frango no mercado da produção porque eu encontro ele mais barato aqui, mas dessa vez não está como de costume. O frango foi o que encontramos para suprir a falta da carne de boi mas agora que ele aumentou, mesmo que pouco, também dificulta”, contou Avelino Gomes, que completou: “tem que correr atrás do que está mais barato.”
VENDEDORES
Para quem vende a situação não muda muito de figura, o aumento é sentido da mesma forma. “Trabalho aqui no mercado da produção há mais de 30 anos, sempre vendendo frangos e posso dizer que realmente houve um aumento, porém estamos conseguindo manter as coisas por enquanto. Os fregueses às vezes querem que nós baixemos o preço para eles levarem, mas aí fazendo isso não temos lucros. Eu que compro frango para vender sinto um aumento de 60 centavos”, relatou Maria José, vendedora do mercado da produção.
“Há 17 anos eu trabalho vendendo carne de frango e posso dizer que o preço está um absurdo. Isso é ruim tanto para os vendedores quanto para os consumidores, porque nós temos que comprar caro e vender de forma que dê lucro, mas o pessoal não quer comprar assim, ai complica, ainda mais agora, com as festas de fim de ano chegando o preço aumenta mais, para quem vende e para quem compra”, disse Fernando da Silva, comerciante do mercado da produção.
* Sob supervisão da Editoria de Cidades.