Alagoano bate recorde dan�ando e pode entrar para o Guiness Book
FERNANDA MEDEIROS Dançar, dançar e dançar. Chegar a atingir o tempo recorde de 12 horas e dez minutos dançando vários ritmos sem parar, desde o samba no pé, reggae e axé até o street dance (dança de rua), hip hop, salsa e merengue. Essa foi a façanha d
Por | Edição do dia 24/03/2002 - Matéria atualizada em 24/03/2002 às 00h00
FERNANDA MEDEIROS Dançar, dançar e dançar. Chegar a atingir o tempo recorde de 12 horas e dez minutos dançando vários ritmos sem parar, desde o samba no pé, reggae e axé até o street dance (dança de rua), hip hop, salsa e merengue. Essa foi a façanha do alagoano César Fontes, 28 anos, que pode lhe valer o nome no Livro dos Recordes, o Guiness Book. O desafio aconteceu no último dia 10, no espaço Unimed Saúde, montado na Praia de Jatiúca, e foi assistido por dezenas de espectadores que, impressionados com a disposição de César, não acreditavam que ele iria agüentar dançar tanto tempo. Mas ele conseguiu e dançou das 8h25 até às 20h35. César Fontes tenta entrar para o livro dos recordes através da dança. A idéia surgiu quando ele morava em Porto Alegre, há dois anos. Vi a Milena Domingues, esposa do atacante Ronaldinho, passando várias horas fazendo embaixadas com uma bola de futebol e surgiu a idéia de fazer algo semelhante. Só que com a dança, explica o recordista, que começou a treinar lá mesmo, na capital gaúcha, já se preparando para o desafio. Só não fiz isso lá porque eles queriam um gaúcho e não um alagoano. Eles queriam uma pessoa da terra, disse, ressaltando que foi dançar no Projeto Saúde na Praia, da Unimed, a convite da coordenadora do projeto e médica do exercício físico, Roseane Ferraz. Na última sexta-feira, o professor de dança e coreógrafo enviou para a Inglaterra as sete fitas de vídeo com a exibição de sua performance, além de uma declaração das testemunhas oficiais que presenciaram o desafio: uma advogada, uma médica e um professor de Educação Física. Meu desafio foi mostrar para o mundo que Alagoas tem talentos anônimos com garra, coragem e objetivos de vida que ultrapassam fronteiras. Quis mostrar ainda a importância e os benefícios da dança para o esporte, lazer e saúde, destaca. Ele voltou a Maceió em julho do ano passado. Ofereceu a idéia do desafio para a amiga e empresária Luciana Sampaio, que aceitou de imediato. Ninguém nunca teve essa idéia, lembra. A partir daí, passei a treinar forte, durante 50 dias seguidos, com a equipe do Sesi (de onde é funcionário), que colocou à minha disposição uma nutricionista, massagista e psicólogo. Depois fui cuidar da parte física, com os professores de Educação Física Nelson e Ionildo, ambos da Academia Habeas-Corpus, reforça. Estudante de Educação Física, César Fontes vai transferir seu curso do Rio Grande do Sul para a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), no próximo ano. Pai de três filhos, ele já nasceu em berço de artista, pois seu pai é o tenente Adelmo Martins, maestro da Banda de Música da Polícia Militar de Alagoas (PM/AL). Ele recorda o dia que antecedeu o desafio do Guiness Book. Fui dormir cedo na véspera, para descansar. Cheguei a dormir 12 horas. No dia da prova, confessa que o que mais pesou não foram as 12 horas, mas os 10 minutos finais da dança. Esses dez minutos pareceram 10 horas. Pensei que não fossem mais acabar, pois sentia muitas dores na panturrilha, revela. No momento em que passou dançando ininterruptamente, ele foi acompanhado pelos professores Túlio Moreno e Duda, que, às vezes, entravam no palco para dançar com ele, além de alguns de seus alunos. Se os organizadores do Guiness Book analisarem as fitas que César lhes enviou e realmente colocarem o dançarino no Livro, ele estará realizando um dos mais importantes sonhos de sua vida. Caso isso aconteça mesmo, ficarei muito feliz, não só por mim, mas por toda a equipe que colaborou comigo, por minha família e amigos, frisou, acrescentando que se o sonho for concretizado, estará recebendo o certificado do Guiness Book, dentro de 30 dias. Aí, ele vai dançar pra valer. Desta vez, de alegria.