app-icon

Baixe o nosso app Gazeta de Alagoas de graça!

Baixar
Nº 5897
Cidades

ENTIDADES ALERTAM PARA FALTA DE EPIs E PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO

Preocupação se deve ao anúncio da construção de hospitais de campanha para pacientes de Covid-19

Por Marcelo Amorim | Edição do dia 07/04/2020 - Matéria atualizada em 07/04/2020 às 06h00

O governo do Estado anunciou que esta semana inicia a construção de dois hospitais de campanha, para combate a pandemia do novo Coronavírus (Covid-19) em Alagoas. As duas unidades ficam concentradas apenas em Maceió. Entidades ligadas a área da saúde consideram a medida importante, mas antecipam que será preciso oferecer todas as condições de trabalho, principalmente os Equipamentos de Proteção Individual. Em outra frente, o Sindicato dos Enfermeiros critica o que considera precarização do trabalho da categoria a partir do valor que o governo pretende pagar aos profissionais. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), os hospitais serão montados no Centro de Convenções da capital, no bairro do Poço, com capacidade para 150 leitos e outro no ginásio Presidente Fernando Collor, no Trapiche da Barra com mais 30 leitos, todos para pacientes com “quadro intermediário da Covid-19”. Segundo o governo, o primeiro são leitos de retaguarda “para pacientes graves, ao ponto de não ficarem em casa, mas menos graves do que os que precisam ficar internados em UTI [Unidade de Terapia Intensiva]”. Já o segundo “evitará que pessoas com sintomas gripais cheguem até o Hospital Geral do Estado”. “Se for para aumentar número de leitos para a população, a atitude é boa e viável, contando com os leitos de UTI [Unidade de Terapia Intensiva] do Hospital da Mulher e do Hospital Veredas. A gente defende mais leitos para a população, agora que não falte a questão dos EPIs [Equipamentos de Proteção Individual] para a classe médica. Que se preocupem com a questão humana, caso contrário os médicos não irão para a linha de frente”, pontua o presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas, Marcos Holanda O sindicalista critica e cita como exemplo o racionamento que segundo ele tem acontecido nas unidades de saúde na capital, onde os profissionais da saúde são obrigados a permanecer todo o dia com uma única máscara de proteção e há limitação de álcool em gel. “Somos todos pais de família e queremos voltar para a casa com tranquilidade. Não sermos vetores à transmissão da doença, principalmente quem se apresenta assintomático [e transmite a doença sem saber que está contaminado]”, reforça o presidente do Sindicato dos Médicos. Entidades como o Conselho Regional de Enfermagem também se diz atenta à falta de EPIs aos profissionais e assegura que tem acompanhado as ações para combate ao Coronavírus em busca de segurança para os trabalhadores da área. “O Conselho tem buscado garantir ao profissional de enfermagem o direito de trabalhar com o máximo de segurança possível, a ele e à sociedade. Por isso, foram pausadas as fiscalizações ordinárias e agora estão sendo realizadas as averiguações para verificar se existem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e insumos necessários para que os profissionais de enfermagem executem as suas atribuições”, assegura Renê Costa, presidente do Coren-AL. Já o Sindicato dos Enfermeiros de Alagoas (Sineal) tem criticado o que considera precarização da profissão, a partir de edital de chamamento público da Sesau para a contratações temporária de profissionais em meio a pandemia do Coronavírus em Alagoas. A presidente da entidade, Renilda Barreto, em notas oficiais publicadas no sítio do sindicato, tem chamado a atenção para esta realidade nesse período, por considerar que “isso desvaloriza a profissão e causa riscos ao trabalhador e ao paciente”. Como exemplo, aponta Chamamento Público emergencial da Sesau, para a contratação de profissionais da saúde que irão atuar no combate à Covid-19 e a diferença salarial oferecida para médicos e enfermeiros. Enquanto o salário oferecido aos médicos é de R$ 12 mil para uma carga horária de 24 horas semanais, o dos enfermeiros é de R$ 3.600 para 30 horas semanais, “seis a mais que a dos médicos por um salário quatro vezes menor”. “É inadmissível que nossos governantes continuem perpetuando essa divergência ao propor vínculos de trabalho com uma disparidade salarial tão grande entre as categorias. É preciso que os representantes do povo entendam que onde há saúde, há enfermagem, e num momento crítico em que estamos vulneráveis atuando na linha de frente no combate à pandemia, merecemos ser reconhecidos e valorizados”, posiciona-se o Sineal.

Mais matérias
desta edição