Alagoas tem a sétima maior taxa de contágio do novo coronavírus do País. Estima-se que cada alagoano infectado transmitiu, até a última quarta-feira (27), o vírus em média para mais 2,94 pessoa. Sendo assim, cada dez doentes infectam outros 29 em Alagoas. A estimativa foi feita pelo grupo Covid-19 Analytics, do qual participa a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. O índice necessário para estabilizar a pandemia é de 1,0. A maior taxa de contágio registrada em Alagoas foi no último dia 21 de abril. Naquele dia, cada alagoano infectado transmitia para outros 15. Segundo as previsões, no próximo dia 10 de junho Alagoas deve contabilizar 18.481 casos e 714 mortes. Os números representam um aumento de 143,8% no número de casos, em comparação com o dia 27/5, e 94% no número de mortes em relação ao mesmo período. No Nordeste, Alagoas fica atrás somente do Rio Grande do Norte em relação à taxa. No estado potiguar o valor é de 4,88, o segundo maior do Brasil. É na região que se encontra também a menor taxa de contágio. O Ceará registrou 1,08 de taxa de contágio. A taxa nacional é de 1,9.
PICO
De acordo com o médico infectologista Fernando Maia, presidente da Sociedade Alagoana de Infectologia, os números mostram que ainda ainda precisamos manter o isolamento e o distanciamento social, além da lavagem das mãos. “Estamos no pico da transmissão”, frisa. A taxa aferida agora é um alerta para o futuro. Isso porque ela mede para quantas pessoas cada doente transmite a doença e portanto, a relação é mais direta com a taxa de crescimento do que com o número de casos/mortes acumulados.
Em nota, os pesquisadores que fizeram as projeções usaram como exemplo o estado do Rio Grande do Sul, que registra uma taxa superior a 3, e o Ceará, que atualmente está em situação muito pior, mas registra uma taxa de 1,08. Todavia, os pesquisadores alertam que nos últimos 10 dias o Rio Grande do Sul registrou um crescimento de 87% no número de casos e o Ceará registrou um crescimento de 60%. Segundo eles, o Ceará está em uma situação pior do que o Rio Grande do Sul hoje por ter registrado uma taxa de contágio elevada por um longo período de tempo no passado. “O número de reprodução tem uma ideia de olhar para o futuro. Se hoje ele está acima de 3 no Rio Grande do Sul, temos um sinal de alerta de que provavelmente o número de casos por lá continuará crescendo de forma acelerada, pois cada doente hoje infecta em média 3 outras pessoas”, explicaram.