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Nº 5897
Cidades Maceió, 08 de junho de 2020  
Movimento no comércio de Maceió. Alagoas - Brasil.
Foto: ©Ailton Cruz

POPULAÇÃO RELAXA ISOLAMENTO SOCIAL E MOVIMENTO CRESCE NAS VIAS DE MACEIÓ

RUMO AO COLAPSO

Por Marcos Rodrigues | Edição do dia 09/06/2020 - Matéria atualizada em 09/06/2020 às 06h24

O comportamento de desprezo de uma parcela da população ao isolamento social, na periferia da capital e em cidades da grande Maceió, pode fazer o governo endurecer as medidas restritivas. Outro complicador é a difícil matemática diária que envolve a oscilação do número de leitos ocupados entre 69% e 74%. Isso só confirma a impressão dos especialistas sobre o crescimento ascendente dos casos no Estado. Desde a edição do último decreto, anunciado no mês passado, o objetivo era elevar o isolamento para acima de 50%. Entretanto, esse número só se aproximou no último domingo quando o comércio e as feiras livres diminuem o seu ritmo. No restante dos dias da semana a média ficou em torno dos 40%, e sexta-feira passada houve a menor adesão, apenas 35% conforme os gráficos da in loco que acompanha a movimentação. O descumprimento das medidas de isolamento é quase total em algumas áreas. Além do desrespeito quanto à abertura de pequenos negócios, têm sido registrados campeonatos de futebol, confraternizações, aniversários e festas “secretas” custeadas com o dinheiro do tráfico na periferia. O mais grave é que em quase todas essas situações a ausência da máscara ou uso inadequado também são uma realidade. Para quem fiscaliza é difícil o flagrante se não houver denúncia. No caso dos jovens os relatos mais comuns são de que os imóveis em que moram são pequenos, muito quentes, numerosos e em sua maioria sem nenhum atrativo, a exemplo do que existe nas áreas de classe média como internet, tv a cabo e até espaço. Sendo assim a rua é o escape, a fuga e a diversão. Essa é, por exemplo, a realidade do 1° Batalhão que tem uma área enorme para fiscalizar a qual engloba as favelas da orla lagunar.

ANÚNCIO

Nesta quarta-feira dia 10 o governador Renan Filho (MDB), com base nas discussões do comitê da Covid-19 do Estado e das orientações do consultor do Consórcio Nordeste, o médico Miguel Nicolelis deve anunciar suas novas medidas. Nesta terça-feira, além da pressão de alguns empresários simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que defendem até o Fora Renan, pastores evangélicos de algumas igrejas pentecostais e tradicionais fazem uma carreata para pedir a abertura de templos e igrejas. Eles sairão às 19h do Makro, no Tabuleiro do Martins, em carreata até o Centro e depois se dissipam no estacionamento do Jaraguá. Em recente entrevista distribuída pela Agência Alagoas, Renan Filho, voltou a defender as orientações dos especialistas como sendo referência para as decisões. Ele lembrou, por exemplo, que em muitos estados onde houve precipitação quanto a abertura, os números de casos aumentaram em seguida. A Gazeta Digital tentou antecipar detalhes que podem influenciar a decisão do governo, mas no Palácio República dos Palmares o tema é tratado com muito sigilo para evitar vazamentos. Entretanto, o que já se sabe é que a Sociedade de Infectologia continua acreditando que existe uma necessidade de lockdown para conter o avanço dos casos, principalmente, nos bairros mais populosos.

Eles alertam ainda que os números indicam sem grandes dificuldades que além da capital e região metropolitana, o interior está ascendência para o número de casos. Na prática, significa dizer que é possível que aumentem também a necessidade de transferências para unidades da capital, já que o número de leitos no interior também está quase no limite.

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