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Nº 5881
Cidades

CORONAVÍRUS SE ESPALHA POR MUNICÍPIOS DA GRANDE MACEIÓ

Com mais de 1,5 milhão de habitantes, quase 50% da população do Estado, cidades da região metropolitana trabalham para conter a contaminação e mortes de coronavírus. As secretarias municipais de Saúde atestam que a curva epidemiológica aumenta todo di

Por arnaldo ferreira | Edição do dia 13/06/2020 - Matéria atualizada em 13/06/2020 às 08h36

Com mais de 1,5 milhão de habitantes, quase 50% da população do Estado, cidades da região metropolitana trabalham para conter a contaminação e mortes de coronavírus. As secretarias municipais de Saúde atestam que a curva epidemiológica aumenta todo dia. Entre os 12 municípios, Maceió é o epicentro da Covid 19. O vírus chega também nos ônibus clandestinos que param nos terminais rodoviários com desempregados de São Paulo. Outro foco são os veranistas em quarentena nas casas de praias, condomínios e sítios, alertam as autoridades de saúde.

A contaminação acontece em todas as classes sociais das cidades metropolitanas. A incidência entre os mais pobres e idosos está aumentando. O esforço é para evitar que a Covid se espalha pelas áreas sem saneamento e de vulnerabilidade social. A maioria dos municípios não tem enfermaria de tratamento avançado, nem UTI e respirador. Depende do sistema de regulação da Secretaria de Estado da Saúde que recebe o paciente do interior, transfere os casos graves para Unidades de Pronto Atendimento até localizar o socorro especializado. Os secretários municipais confirmam: “os casos graves mandamos para Maceió”.

As prefeituras seguem os decretos estaduais desde março: fecharam o comércio não essencial, reduziram horário de funcionamento das feiras livres, de atendimento nas repartições públicos, aumentaram o atendimento médico domiciliar, montaram barreiras sanitárias, entre outras medidas. Mesmo assim, a curva de contaminação não cai. Parte da população desafia o vírus, insiste em não cumprir o isolamento social e medidas de higiene.

Marechal Deodoro

Distante 29 quilômetros de Maceió, com 51.901 habitantes, a cidade registrava o segundo maior índice de contaminação, agora é o terceiro. Arapiraca (segunda maior cidade do Estado) tem o segundo maior índice. Para reduzir a curva de contaminação e morte, a prefeitura colocou dois centros de triagem de síndromes gripais: no povoado de Massagueira, outro na área histórico da cidade e vai entregar mais um centro de triagem. Ampliou o número de respiradores na Unidade de Pronto Atendimento e promete entregar um hospital de campanha.

A secretária municipal de Saúde, Tânia Maria Queiroz, também presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde da primeira região do Estado, revelou que o município tem mais de 600 casos confirmados distribuídos em todos os bairros e em todas as classes sociais. Também montou barreiras sanitárias. O município registrou 13 óbitos. Mais de 70% da população frequenta regularmente a capital.

A saúde municipal faz 100 testes rápidos de coronavírus por dia. Os testes confirmam o aumento de casos. O hospital de campanha terá 16 leitos normais e um de estabilização do paciente com respirador. A Unidade de Pronto Atendimento, que tinha três leitos na Ala Amarela, agora tem 20 leitos para pacientes em situação moderada ou grave. De lá, os casos graves seguem pela regulação da Secretaria de Estado da Saúde para um hospital a capital.

A feira pública da cidade funciona com monitoramento de temperatura. A Secretaria Municipal de Saúde instalou lavatórios e proibiu o comércio de produtos como vísceras de animais. O comércio local obedece ao decreto estadual. Com relação à curva de contaminação, a secretaria Tânia Queiroz confirma que está aumentando.

Rio Largo

Com uma população de pouco mais de 76 mil habitantes, distante 29 Km de Maceió, mais de 60% da população dessa cidade-dormitório passa o dia na capital. As análises técnicas da Secretária Municipal de Saúde indicam que o vírus veio de Maceió e pode ter chegado também em ônibus clandestinos com desempregados de São Paulo. Para conter a proliferação, foram montadas barreiras sanitárias. A medida não surtiu efeito por causa dos muitos acessos. O secretário de Saúde, José Haroldo Soares, admitiu que não tem como evitar a entrada e saída das pessoas. “Muita gente trabalha em Maceió e tem também muita gente da capital que trabalha em Rio Largo”.

Os idosos com comorbidades desde março recebem medicação e insumos em casa. José Haroldo disse que o comércio funciona com controle sanitário, segue o decreto estadual. O hospital público IB Gato tem leitos de UTI, é de referência em Covid 19 e como passou a ser unidade regional, está com mais de 80% de ocupação dos leitos, disse o secretário.

Pilar

Distante 35 quilômetros, com 35.312 habitantes, enfrenta duas vias de contaminação: uma está relacionada aos profissionais de Saúde (médicos, enfermeiros e técnicos) que também trabalham em hospitais da capital. Outro é no terminal rodoviário, por onde chegam ônibus clandestinos com passageiros de São Paulo, a maioria desempregados por causa da recessão no sudeste.

O secretário municipal de Saúde, Pedro André Moraes, e o ex-secretário Adriano Marcelo Omena Costa avaliam que a maioria das vítimas é de classe média e de profissionais liberais do município. Quase todos se contaminaram em Maceió. Para evitar que o vírus chegue as áreas mais pobres, a Saúde municipal montou barreiras sanitárias e monitora a rodoviária com atenção aos ônibus clandestinos.

A feira livre funciona com distanciamento entre barracas, sábados e domingos. O Ministério Público recomendou medidas rígidas de prevenção. O horário que era das 10h às 15h, mudou agora é de 10h às 13h. O comércio cumpre decreto estadual.

Santa Luzia do Norte

Mais de 80% dos 7.296 habitantes dessa cidade-dormitório trabalha na capital, distante 24 quilômetros, o que favorece a multiplicação de casos O que preocupa a secretaria municipal de Saúde, Josefa Cláudia Gomes Figueredo, é a desobediência das pessoas às medidas preventivas e de isolamento social. A cidade não tem feira livre. O pequeno comércio só funciona com os essenciais.

A maioria dos 100 casos foi tratada em casa. A prefeitura montou um centro de triagem de síndrome gripal funcionando em regime de 24 horas. O município faz testes rápidos. A maior estrutura é um hospital de média complexidade. Os casos graves de Covid 19 são estabilizados e, num prazo de 24 horas, são transferidos para Maceió. “A gente só tem leito para manter o paciente isolado por 24 horas. Não temos UTI”, disse a secretaria Josefa Cláudia, que pede à população para manter o isolamento, principalmente aos que testaram positivo, têm sintomas leves e são tratadas em casa.

Satuba

Com quase 30 mil habitantes, o foco de contaminação da cidade, distante 21 quilômetros da capital, também é Maceió, onde a maioria da população trabalha, estuda, faz compras e frequenta diariamente, disse a secretaria municipal de Saúde, Ana Lúcia Martins, ao revelar que tem quase 200 casos confirmados e seis mortes. O município conta com duas unidades básicas de atendimento, um deles é o posto de Urgência e Emergência que funciona 24 horas. A prefeitura está montando hospital de campanha para atender síndromes gripais e casos suspeitos de Covid 19. Não tem leitos de isolamento, de internação e nem UTI. Pacientes graves são encaminhados para a capital. .

Nas últimas semanas, os casos confirmados duplicaram, disse o prefeito Paulo Accioly (MDB) ao reclamar da falha do censo demográfico do IBGE que contabiliza pouco mais de 13 mil habitantes, quando são 30 mil. No último censo, um bairro com mais de 14 mil habitantes na divisa do município de Rio Largo não foi contabilizado. Isso gera prejuízo de receita e no socorro às vítimas que precisam de cestas básicas, remédios e de recursos federais. “Só tem recursos oficiais para 13 mil pessoas. Isso precisa ser corrigido no próximo censo demográfico”, apelou o prefeito que está no último mandato.

Paripueira

Com 12.844 habitantes, as autoridades de saúde desse município do litoral Norte, distante 31 km de Maceió, suspeitam de dois focos que contaminaram 200 pessoais com a Covid 19 e provocaram quatro mortes de idosos. Um dos focos pode estar entre os três mil veranistas (pessoas de outros municípios que têm casa de praia ou em condomínios) que estão passando a quarentena no município. O outro foco é a capital. Parte da população local, trabalha, estuda e/ou frequenta hospitais, estabelecimentos comerciais e outros pontos de concentração popular em Maceió.

A coordenadora municipal de Saúde, Glaucea Torres, revelou que entre todas as classes sociais há casos em monitoramento. A cidade não tem hospital nem unidade de pronto atendimento com leitos de internação ou de UTI. Os casos graves são encaminhados para internação na capital. Os leves recebem tratamento domiciliar com vigilância epidemiológica. A cidade conta com unidade de saúde intermediária, atende em média 30 pessoas por dia de pessoas, a maioria com sintomas leves ou suspeitos coronavírus. O mercado público e o comércio essencial estão funcionando. O Serviço de Vigilância Sanitária distribui 10 mil máscaras para população

Barra de Santo Antônio

Dois focos de contaminação assustam esse município vizinho de Paripueira: a população flutuante de veranistas (mais 3 mil pessoas) e a frequência regular da população (16.400 habitantes) em Maceió. O movimento no mercado público e estabelecimentos comerciai é intenso e muita gente não usa máscara.

A secretária municipal de Saúde, Glaucea Torres (também coordenadora de Saúde de Paripueira), informou que a cidade tem menos de 50 casos confirmados, 300 em monitoramento e três óbitos de pacientes idosos com comorbidades. O município tem uma unidade de Pronto Atendimento e abriu essa semana o Cetro de Monitoramento de Síndromes Gripais.

Os estabelecimentos comerciais e o mercado público funcionam com monitoramento sanitário. A prefeitura montou barreiras sanitárias, carros de som para orientar a população a manter o isolamento social e distribuiu 10 mil máscaras.

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