A Gazeta entrevistou o secretário de Saúde de Arapiraca, Glifson Magalhães, e questionou sobre a situação do município nessa pandemia. “Desde o primeiro caso, estamos acompanhando diariamente a evolução do número de infectados no município. Arapiraca é a segunda maior cidade de Alagoas, com uma população de 240 mil habitantes, proporcionalmente temos menos pessoas infectados que Maceió, mas é fato que existe uma migração do vírus para o interior do país, como tem sido constatado em vários estados”, afirma. Segundo o secretário, nos últimos 90 dias, foram realizados mais de 13 mil testes rápidos e registrados 20 mil atendimentos nas unidades de saúde do município. “Neste período de pandemia, desde o mês de março, a gestão municipal trabalha em diferentes frentes para evitar a proliferação de Covid-19”. A reportagem pergunta se Arapiraca tem leitos suficientes para atender a demanda. “Esta tem sido uma preocupação do prefeito Rogério Teófilo. O número de leitos abertos no município pelo governo do Estado é insuficiente para uma cidade do tamanho de Arapiraca. E se considerarmos que esses leitos também foram abertos para atender a mais de 1 milhão de pessoas de 46 municípios da segunda macrorregião de saúde, aí temos um cenário mais preocupante ainda. E ainda temos registrado ocupação de leitos, que é regulada pelo governo estadual, também com moradores de cidades da primeira macrorregião, que deveriam estar internados em Maceió. O município tem feito a sua parte, mas tem sofrido constantemente com a iminência de colapso do sistema de saúde do Estado”, conclui.
REGIÃO METROPOLITANA TEM MAIOR INCIDÊNCIA
No domingo, dia 5, quando Alagoas contabilizava 39,9 mil casos de Covid, Arapiraca, Marechal Deodoro e São Miguel dos Campos ocupavam as três primeiras colocações dentre os municípios do interior com mais notificações da doença, respectivamente com 3,3 mil; 1,3 mil e 1 mil. Somente nessas três cidades, eram quase cem óbitos. Maceió já alcançava naquela data 16,5 mil registros de infecção pelo novo coronavírus e 625 mortes. Em relação à taxa de incidência por 100 mil habitantes, Marechal Deodoro, Satuba e Coqueiro Seco apresentaram índice preocupante, acima do registrado em Maceió e Alagoas. Tiveram, 2,5 mil; quase 2,4 mil e Coqueiro Seco, 2,3 mil. Enquanto que a capital ficou, no último dia 5, em 1,6 mil e Alagoas 1,3 mil. Naquele mesmo dia, a taxa de ocupação dos 252 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) chegava a 83% em Alagoas, sendo 84% em Maceió e 83% no interior. Apenas 19 dos 102 municípios não tinham óbitos confirmados por Covid. Na terça-feira, dia 7, Alagoas contabilizou 41,5 mil casos de Covid, Arapiraca, Marechal Deodoro e São Miguel dos Campos seguiram ocupando as três primeiras colocações dentre os municípios do interior com mais casos. Quase 3,6 mil; perto de 1,4 mil e 1,1 mil infectados e 95 óbitos. Maceió registrou, até esse período, 17,1 mil registros da doença e 631 mortes. No item taxa de incidência por 100 mil habitantes, Marechal Deodoro, Satuba e Jequiá da Praia apareceram na frente, com 2,6 mil; 2,4 mil e 2,3 mil. Já a capital com quase 1,7 mil e Alagoas, 1,2 mil. Isso no dia 7 de julho. Nesse dia, segundo a Sesau, apenas 19 dos 102 municípios não registravam óbitos pela Covid. A taxa de ocupação dos 262 leitos de UTI no dia terça foi de 71% no estado, sendo 76% em Maceió e 61% no interior. Já na última quinta-feira (9), Alagoas registrou 43,1 mil casos de Covid e Arapiraca, Marechal Deodoro e São Miguel dos Campos registraram o maior número de notificações do interior, com 3,8 mil; mais de 1,4 mil e 1,1 mil infectados pelo novo coronavírus e 99 óbitos. A capital registrou, até esse período, 17,5 mil ocorrências e 636 mortes. Em relação à taxa de incidência por 100 mil habitantes, na quinta-feira, Marechal Deodoro, Satuba e Jequiá estão na frente, com 2,7 mil; 2,5 mil e 2,3 mil casos. Apenas 17 dos 102 municípios não tinham mortes pela Covid. A Sesau informou que 160 dos 267 leitos de UTI estavam ocupados, um percentual de 60% em Alagoas, sendo 58% em Maceió e 63% no interior. O estado ultrapassou 40 mil casos de Covid na última segunda-feira (6) e, na quinta-feira (9), atingiu a marca de mais de 1,2 mil óbitos.
ASSISTÊNCIA A MUNICÍPIOS AFETADOS
Sobre o avanço da Covid no interior, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) informa que o decreto que trata sobre o distanciamento social controlado segue em Maceió e que vem divulgando, diariamente, os registros da doença no Estado. E que os casos da Covid-19 no interior mantém o Estado atento aos municípios com maior incidência da doença. Em relação às medidas tomadas para amenizar o impacto da Covid nas cidades mais afetadas, a Sesau declara que vem reiterando a importância de as pessoas seguirem o decreto do governo estadual que trata do isolamento social. “O isolamento é importante, pois contribui diretamente para que as pessoas evitem aglomerações e baixe o contágio da Covid-19. A Sesau reforça, ainda, que o cumprimento do isolamento social tende a refletir na ocupação dos leitos exclusivos para tratamento de pessoas com a Covid-19. A Sesau mantém a abertura leitos, enviando medicamentos, contribuindo diretamente no tratamento das pessoas infectadas pela doença”, finaliza a nota da Sesau.