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Nº 5873
Cidades

Lixo sem tratamento gera degrada��o ambiental

A falta de tratamento correto para o lixo representa degradação ambiental no ecossistema alagoano, nacional e mundial na avaliação do ex-diretor técnico do Instituto de Meio Ambiente (IMA), Miraldo Oliveira Souza. “Deveria ser adotado um programa de edu

Por | Edição do dia 31/03/2002 - Matéria atualizada em 31/03/2002 às 00h00

A falta de tratamento correto para o lixo representa degradação ambiental no ecossistema alagoano, nacional e mundial na avaliação do ex-diretor técnico do Instituto de Meio Ambiente (IMA), Miraldo Oliveira Souza. “Deveria ser adotado um programa de educação ambiental no ensino fundamental e em outras esferas com o apoio dos governos municipal, estadual e federal, visando minimizar os problemas relacionados ao lixo doméstico através de coleta, transporte e destinação”. O diretor de operações da Superintendência de Limpeza Urbana de Maceió (Slum), Ricardo Augusto, garante que a coleta de lixo domiciliar acontece em dias alternados. “No processo de coleta do lixo, trabalham carros compactadores que circulam em todas as áreas acessíveis, atendendo às necessidades de cada comunidade. Já nas favelas, grotas e beiras de lagoa, o trabalho de coleta é de-senvolvido com a participação de caminhões basculantes. Nas regiões inacessíveis, a Slum mantém o projeto Gari Comunitário, em parceria com as Associações de Moradores”. Segundo ele, a Slum cobre a cidade inteira coletando lixo domiciliar, mas ainda emperra na falta de conscientização de pessoas que insistem em despejar entulhos advindos de construção civil ou de poda de árvore, por exemplo, no meio da rua. Aterro Todo o material recolhido pelo órgão responsável é, de acordo com Ricardo Augusto, levado para o aterro controlado do bairro de Cruz das Almas. Funcionando há 30 anos, o aterro nunca recebeu atenção dos governos anteriores, denuncia o próprio funcionário da Slum, garantindo, ao mesmo tempo, que a recuperação de células, drenos e valas e a cobertura do material exposto ao longo dessas três décadas está sendo efetivada. O marceneiro João Antônio dos Santos, morador da favela do Reginaldo, há 32 anos, discorda das afirmativas do diretor de operações da Slum. “Aqui a coleta não é realizada de maneira eficiente. O lixo fica acumulado durante três, quatro dias, o que acaba atraindo as moscas para a favela. Para evitar a invasão dos insetos jogamos o lixo longe, em qualquer lugar, bem distante das nossas casas”, admitiu João. Pesquisa A chefe da Divisão de Engenharia de Saúde Pública da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), em Alagoas, engenheira sanitária Lúcia de Fátima Pereira Costa, recorreu a uma pesquisa da Organização Mundial de Saúde (OMS) para assegurar que há uma economia de quatro dólares em saúde curativa para cada dólar investido em saneamento básico (o lixo - resíduos sólidos - parte integrante das ações de Saneamento Básico). Ela atribuiu muitos internamentos hospitalares causados pela cólera, febre tifóide, leptospirose, poliomielite (atualmente erradicada no Brasil), e outras, inclusive a dengue, à falta de controle no tratamento do lixo. “Na massa dos resíduos sólidos apresentam-se agentes causadores de doenças, dentre eles microorganismos (bactérias, vírus e vermes), macro vetores e reservatórios (rato, pulga, mosca, mosquito, cão, gato e outros). O destino inadequado dos resíduos sólidos representa sérias conseqüências de ordem econômica, social, incluindo a deteriorização do meio ambiente”. A técnica também defende o aterro como a opção mais viável para diminuir os efeitos nocivos do lixo doméstico, ao considerar a queima um liberador, em potencial, de substâncias tóxicas para a atmosfera.

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