Em entrevista à Gazeta, a médica infectologista Angélica Novaes - que atua no Hospital Geral do Estado (HGE) - reforçou que a Covid-19 pode infectar qualquer pessoa, de qualquer faixa etária. “Assim, se você se infectou, você passa a transmitir a doença. O governo de Alagoas tem investido em políticas públicas de conscientização, mas precisamos de mais campanhas nacionais e que a população adote todas as recomendações”, explica. A Gazeta pergunta à infectologista se, na opinião dela, os mais jovens têm mais resistência de aceitar o perigo como uma pandemia. “Acredito que isso não depende apenas de idade, vemos resistência na necessidade de distanciamento social em todas as idades, graus de instrução e classes sociais. O que acontece é que os jovens normalmente participam de mais eventos com aglomerações, por exemplo”, detalha. As últimas informações sobre a Covid-19 apontam a gravidade da doença. A médica Angélica Novaes responde se a infecção pelo novo coronavírus pode ser fatal também nos jovens. “Pode sim. Existe uma falsa impressão que apenas os idosos ou pessoas com comorbidades evoluem com gravidade, porém estamos vendo pessoas de todas as idades evoluindo com formas graves da doença”, explica. A infectologista do HGE reforça que estudos avançam para tentar descobrir o comportamento da doença, que se desenvolve de formas diferentes. “Estudos estão em andamento para tentar descobrir a causa de algumas pessoas terem doenças leves e outras graves. Pesquisas em relação à imunidade, genética, grau de exposição, carga viral. É importante ainda ressaltar que a pandemia só tem seis meses, não sabemos ainda quais os efeitos a longo prazo. Em crianças, por exemplo, já existe um alerta sobre a Síndrome Inflamatória Multissistêmica potencialmente associada à Covid-19”, finaliza. Segundo o pediatra Oscar Presmich, as mais recentes informações sobre o coronavírus apontam que o percentual de crianças e adolescentes que desenvolveram a Covid ainda é pequeno em relação aos adultos e idosos. Mas ele alerta que os jovens são vetores da doença. “O que pode acontecer é que eles podem levar a doença para casa. Se tiverem que sair, lembrar de usar máscara e lavar as mãos, sempre”, afirma o médico.