O acompanhamento da evolução e queda dos números da Covid-19 em Alagoas tem revelado algumas surpresas. Entre a 31ª e até o fechamento da 33ª Semana Epidemiológica, foi confirmada a redução de 7% no número de casos e de 8% de óbitos, conforme apontou o levantamento do Observatório Alagoano de Políticas Pública para o Enfrentamento da Covid-19, em relação à semana anterior. Entretanto, o número de novos casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias teve incidência maior que em São Paulo e Rio de Janeiro. "Apesar de o número absoluto de novos casos nos últimos 14 dias em São Paulo (140.808 pessoas) ou no Rio de Janeiro (27.054 pessoas) ser maior do que em Alagoas (10.494 pessoas), quando padronizamos o número de novos casos por 100 mil habitantes, observamos que a incidência em Alagoas (314,66 casos/100 mil hab.) é maior do que em São Paulo (306,64 casos/100 mil hab.) e no Rio de Janeiro (156,7 casos/100 mil hab.)", afirma o relatório divulgado nesta segunda-feira. Os pesquisadores explicam que essa constatação ocorre depois de comparado os dados, mas principalmente, levando em conta o crescimento com base na população de cada estado. É daí que sai o levantamento proporcional de cada região. Essa orientação é importante porque serve de base para as estratégias que podem ser adotadas para ações de prevenção e combate a circulação do vírus. O estudo aponta, ainda, que a 8° região teve um crescimento maior que a capital Maceió, que no estudo aparece com dados próprios em função do maior contingente populacional. Ela compreende os municípios: Belém, Cacimbinhas, Estrela de Alagoas, Igaci, Marimbondo, Minador do Negrão, Palmeira dos Índios e Tanque d´Arca. Uma outra informação é que tanto em Maceió quanto Arapiraca, que também é avaliada de forma separada por conta do contingente populacional, foi detectada no fechamento da 33° semana uma queda percentual do número de casos. Ela se baseia, inclusive, na tendência para a diminuição de contágio, ou seja, a transmissão pessoa a pessoa com indicativo de 0,96. Na prática, quando ocorreu, uma pessoa infectada poderia ou transmitiu a doença para apenas outra pessoa. Em relação aos casos de óbitos, as duas cidades também têm números diferenciados, já que tiveram maior quantidade de internações e evolução para casos graves. Ainda assim, o levantamento indicou que Maceió houve redução de 19% e Arapiraca de 58%. "Considerando a indicação de um período mínimo de quatorze dias para o início de um período de estabilização, apenas a terceira região de saúde apresentou evidência de controle da transmissão do novo coronavírus ao final da 33ª semana epidemiológica. As demais regiões analisadas ainda apresentam algum grau de variabilidade que acompanha o processo de interiorização da transmissão do vírus, que deslocou o epicentro alagoano da pandemia de Maceió para Arapiraca, que registrou 1.761 novos casos na última semana, o que corresponde a cerca de um terço das notificações do Estado", relatam os pesquisadores. Na prática, a doença tem apontado menos letalidade, mas com a presença do número de casos a atenção e o atendimento aos doentes precisam se manter eficazes, já que a circulação do vírus continua, em especial no interior do Estado, tendência que tem se mantido desde o final do mês de junho.