Parentes de presos recolhidos no sistema prisional de Alagoas voltaram a protestar nessa segunda-feira (17) contra a suspensão de entrega de feiras. Essa medida chegou a ser adotada pela Secretaria de Estado da Ressocialização e Inclusão Social (Seris) para evitar aglomeração e transmissão da Covid-19. Entretanto, os policiais penais decidiram cruzar os braços e mais uma vez não foi possível o acesso aos reeducandos, situação que gerou revolta. Em nota divulgada no último domingo (16), o Sindicato dos Policiais Penais de Alagoas (Sindapen) afirmou que não haveria recebimento de feiras e visitas nesses locais, pois a execução desses procedimentos continua comprometendo a segurança do sistema prisional, colocando em risco a vida dos funcionários, presos e seus familiares. Os parentes dos presos bloquearam um trecho da BR-104, no sentido Centro/Aeroporto para cobrar a entrega de feiras para os detentos, mas foram impedidos de entrar nas unidades prisionais. Segundo integrantes do Sindapen, os policiais penais ainda têm pauta pendente junto ao governo do Estado sobre o baixo efetivo de profissionais e condições de trabalho. A Seris tinha definido que a entrega, mediante higienização, das feiras pelos familiares dos reeducandos iria ocorrer, inicialmente, entre os dias 17 e 21 de agosto, considerando a portaria nº 595/2020 de 19 de junho de 2020, quando a Seris regulamentou vários procedimentos, a exemplo da quantidade permitida de cada gênero alimentício. A Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag) se pronunciou por meio de nota. "A Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag) informa que a realização de concursos foi paralisada em decorrência da situação de emergência pela qual o Estado está passando. A pasta reforça que, assim que houver uma estabilização do cenário atual, definirá o planejamento dos certames que devem ser realizados em Alagoas". Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Alagoas (OAB-AL) diz que vem acompanhando com preocupação os recentes acontecimentos no Sistema Prisional de Maceió, quando as famílias foram impedidas de entregar os produtos de feira aos custodiados nesta segunda-feira (17), data programada pela Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social (Seris), para a retomada gradual da atividade. "O presidente da OAB-AL, Nivaldo Barbosa Jr., tem acompanhado a situação e, ao lado das comissões de Direitos Humanos (CDH) e Relações Penitenciárias (CRP), têm atuado mediando a situação entre as famílias, os policiais penais e o Governo do Estado para juntos, com máxima urgência, encontrarem uma solução, garantindo o cumprimento dos direitos e deveres de cada um".