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Nº 5868
Cidades

PARA AMA, AINDA NÃO HÁ CONDIÇÕES PARA RETORNO DAS AULAS

Presidente da entidade, Pauline Pereira diz que retomada das atividades não pode ser linear, igual para todos os municípios

Por Clariza Santos | Edição do dia 03/09/2020 - Matéria atualizada em 03/09/2020 às 06h00

A presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), Pauline Pereira, defende que ainda não há condições necessárias para o retorno das aulas presenciais, no mínimo, até outubro, e retrata dificuldades enfrentadas pelos municípios de Alagoas. “Com base no contexto epidemiológico, a partir dos gráficos da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), ainda há um crescimento e permanência alta do coronavírus, que causa a Covid-19, especialmente em casos na faixa etária pediátrica (1 a 4 anos), mas o raciocínio também se estende para a população de 5 a 14 anos de idade”, afirma Pauline. De acordo com a gestora municipal, a retomada das atividades não pode ser linear, “não pode ser igual para todos os municípios, cada gestor precisa avaliar a condição do seu retorno. É pensar no presente e no que pode acontecer no futuro. Agora, conforme Pauline, há um alerta em relação à distribuição de recursos pelo governo federal, porque o que foi aprovado como reposição, e destinado para os municípios, é referente ao mês de agosto. “O FPM reduziu muito e já foi gasto em apenas, neste primeiro mês, mais de 60% do valor estipulado para reposição até novembro. Estamos priorizando pagamento de folhas de servidores em dia, fornecedores de saúde e também para a despesa com a merenda, já que em muitos municípios estão distribuindo kits de alimentação, com contrapartida dos municípios”, disse Pauline. Ainda segundo a prefeita de Campo Alegre, os municípios dependem praticamente do Governo Federal para retomada. Ela diz esperar que a situação dos municípios na decisão do auxílio emergencial seja revista, pois acaba sendo uma ajuda para os gestores e toda a população. “A preocupação é grande, porque iremos ficar com apenas 20 dias de transição de um governo para o outro, e há as dificuldades com ISS, IPTU e baixa arrecadação. Grandes são os desafios, considerando os aspectos relativos à saúde das crianças e dos profissionais do grupo de risco, o transporte escolar também é uma grande preocupação”. Caso as aulas sejam retomadas, a prefeita diz que é um trabalho inédito na vida de um gestor. “Há aspectos que precisam ser discutidos, como a adaptação do transporte escolar, a alimentação segura nas escolas e equipamentos de higiene acessíveis na rede escolar. Os municípios estão solicitando os recursos para uma nova vida”, salienta ela, reforçando que “é necessário fazer teste em todos os colaboradores antes do início, é necessário adaptar a rotina das salas de aulas, dividindo a turma em dias da semana alternados”. Pauline diz ainda que os municípios estão mais tranquilos, porque, hoje, existem remédios para o tratamento e testes da Covid-19 em estoque. Foi feito um pregão eletrônico emergencial (que vale por 6 meses) no começo da pandemia, mas “o Brasil inteiro vinha em uma situação de compra de testes e respiradores. Nós dividimos com o resto do mundo. Esse teste foi comprado a 125 reais, por exemplo, acima do valor de mercado, sempre com a intenção de proteger o cidadão”. Além disso, a prefeita diz que os municípios já estavam arcando com as folhas de pagamento em 100% com o recurso recebido pelo Fundeb, que é uma valorização profissional, já que ele foi discutido por várias entidades e autoridades. Ela defende que os municípios não podem perder o vínculo com os alunos porque os alunos podem se afastar das escolas e o censo escolar em 2021 será um caos, o que pode levar a uma perda de recursos na manutenção das escolas e pagamento de folhas. “A AMA tem orientado bastante em um grupo de trabalho com todos os gestores, para tirar dúvidas, discussões de experiências, além da equipe técnica que cada município possui”, concluiu.

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