Seis meses após a confirmação da primeira morte pelo novo coronavírus em Alagoas, mais de 95% dos municípios registraram óbitos. Os dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) mostram que, no interior, a taxa de incidência da doença por cem mil habitantes ainda é preocupante, maior que na capital que registra 2,7 mil por cem mil habitantes. Palestina, Arapiraca e Olho d'Água das Flores lideram a taxa com 5,3 mil, 5 mil e 4,7 mil, respectivamente. Dos 102 municípios alagoanos, apenas Igaci, Minador do Negrão, Pariconha e São Brás não tiveram óbitos confirmados por Covid. Maceió, Arapiraca e Rio Largo registraram mais vítimas que não resistiram às complicações da doença, na ordem, foram 955; 140 e 59 casos. De março a setembro, a análise de dados mostra que a Covid matou mais homens do que mulheres em Alagoas. Foram 892 pessoas do sexo feminino (43%) e 1.180, masculino (quase 57%). Também que 759 das vítimas que não resistiram tinham diabetes, 467 com histórico de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e 362 tinham doença cardíaca. Entretanto, em 530 pacientes não foram detectadas comorbidades. O primeiro óbito anunciado no dia 31 de março pelo governo do Estado foi cercado de polêmica. Parentes de José Dagmar Xavier da Rocha, 64 anos, natural do Acre, mas que morava em Maceió, desconfiaram do diagnóstico e denunciaram negligência médica. O Observatório Alagoano de Políticas Públicas para o Enfrentamento da Covid-19 apontou, esta semana, uma expansão do número de novos casos em Alagoas e redução de óbitos. "Enquanto o incremento no quantitativo de casos é acompanhado pela elevação do número reprodutivo efetivo (Rt), que voltou a ser maior que 1 no último dia dezenove depois de quase quarenta dias, a redução de vítimas fatais pode ser explicada pelos investimentos que resultaram a ampliação dos serviços e avanços nos tratamentos", diz trecho do relatório.