Passados quase nove meses da pandemia, algumas pessoas ainda resistem em seguir as regras sanitárias impostas pelo Ministério de Saúde e em vigor no estado, através do Decreto Emergencial. Nos pontos de ônibus espalhados pela cidade é possível ver quem ainda não utiliza máscara ou usa de maneira inadequada. Apesar da resistência, a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) e o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Maceió (Sinturb) garantem que as fiscalizações continuam diariamente. A jovem Ingrid Milenny, de 18 anos, usa o transporte urbano quase todos os dias para ir trabalhar. Ela disse que não tem observado, dentro dos ônibus, a ausência da máscara, com exceção daqueles que retiram para comer. “ Todo mundo anda de máscara, senão, nem entra no ônibus. Agora, quando chegam ambulantes vendendo coisas, as pessoas tiram para comer. Fora isso, eu não tenho visto”, afirma. A comerciante Ivone Aparecida conta que já flagrou duas situações em que os passageiros entram no ônibus com a máscara, mas retiram assim que se acomodam nos assentos. “Uma vez entrou um casal de idosos com uma criança. E assim que o senhor sentou, tirou a máscara e foi o caminho todo sem. Ninguém falou nada, nem mesmo o motorista e o cobrador. Eu mesma não falo porque tenho medo de arrumar confusão”, expôs. A reportagem percorreu alguns pontos do bairro do Farol, Pajuçara e Centro e constatou que a grande maioria da população faz o uso da máscara. Mas, há ainda, pessoas que insistem em fazer o uso incorreto (no queixo, pendurada), outras poucas que não usam. Segundo Ivone, no dia a dia é comum ver pessoas nos pontos de ônibus sem máscara. “Vejo direto isso. As pessoas só colocam a máscara para entrar no ônibus. Mas fora dele parece que nem existe pandemia”, afirma, e completa “eu uso máscara sempre, desde que saio de casa e quando saio do meu estabelecimento. É a única maneira que temos de nos proteger”. A assessoria do Sinturb ressalta que a orientação passada aos rodoviários é que os passageiros só podem embarcar nos coletivos fazendo o uso da máscara. O motorista Anamildo Almeida, que faz a linha Benedito Bentes/Eustáquio Gomes, acredita que o exemplo dos motoristas e cobradores faz com que a população use a máscara dentro do ônibus. “Quando eles entram e veem que nós estamos de máscara, automaticamente, eles colocam também. Mas, eu só permito entrar e só sigo viagem quando as pessoas estão de máscara. Evito discutir com os passageiros, mas a grande maioria usa, sem problema”. Já para o cobrador Cícero Marques, nem todo mundo respeita a determinação do decreto emergencial. Ele diz que um ou outro passageiro tenta entrar sem máscara ou com ela na metade do rosto. “A gente orienta na subida, pede para que as pessoas usem a máscara corretamente. Mas, algumas pessoas tiram assim que sentam, geralmente, no final do ônibus”.

De acordo com o Sinturb, todos os ônibus foram adesivados sobre o uso obrigatório de máscara e, também, cartazes explicando a importância não só do uso da máscara, mas da higiene, antes e depois de utilizar o transporte coletivo. Além disso, os transportes contam com o apoio da Polícia Militar (PM), que durante as abordagens de rotina verificam a segurança dos veículos, também orientam os passageiros sobre o uso da máscara.

FISCALIZAÇÃO

A SMTT informou que diariamente segue fiscalizando os principais terminais de ônibus e corredores de transportes da capital para garantir o cumprimento do Decreto Municipal, que determina o uso obrigatório de máscaras no interior dos coletivos por parte dos passageiros, cobradores e motoristas do Sistema Integrado de Mobilidade de Maceió (SIMM). A SMTT reforçou que o embarque nos ônibus do SIMM só é permitido mediante o uso obrigatório de máscaras e lembra, ainda, que cabe aos passageiros a consciência coletiva para utilizar máscara durante todo o percurso das viagens para reduzir os riscos de contágio e proliferação do novo coronavírus no transporte público. Caso a população flagre o descumprimento do Decreto Municipal, as denúncias devem ser feitas através do Disque SMTT, no número 118, de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h.