MOTORISTA TINHA CONTRATO TEMPORÁRIO
Representante da empresa proprietária do ônibus que caiu de um viaduto na BR-381, em João Monlevade, em Minas Gerais, prestou depoimento à Polícia Civil da cidade, na tarde desta segunda-feira (7), e informou que o contrato do motorista, identificado como
Por Livia Leão | Edição do dia 08/12/2020 - Matéria atualizada em 08/12/2020 às 04h00
Representante da empresa proprietária do ônibus que caiu de um viaduto na BR-381, em João Monlevade, em Minas Gerais, prestou depoimento à Polícia Civil da cidade, na tarde desta segunda-feira (7), e informou que o contrato do motorista, identificado como Luiz Viana de Lima, era temporário. De acordo com o depoimento de Flaviano Carvalho, essas contratações passaram a ser feitas por causa da pandemia, já que os veículos ficaram parados a maior parte do ano. "O motorista prestava serviço temporário. Não sabemos o que aconteceu, mas acreditamos em imprudência do motorista". O ônibus, que saiu de um povoado Santa Cruz, em Mata Grande, Sertão de Alagoas, na manhã de quinta-feira (3), e seguia para São Paulo, pertence à empresa, que afirma ter todos os documentos comprovando que o veículo está regular.
IRREGULAR
Na sexta-feira (4), dia em que o acidente aconteceu, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) afirmou que a empresa tem autorização para circular, mas o ônibus que se envolveu no acidente, não estava regular. "A empresa está cadastrada na ANTT e tem um Termo de Autorização para prestação de serviço regular concedido pela Justiça, por liminar. No entanto, o veículo em questão não estava habilitado para prestar o serviço de transporte de passageiros", disse o órgão.
RESPONSÁVEL PELA VIAGEM
O representante da Localima afirmou que, apesar de serem donos do veículo, não são os responsáveis pela viagem e que estão prestando toda ajuda às famílias. "Temos um contrato com a JS Turismo, desde o ano passado. Nós alugamos os veículos para que eles façam as viagens. Estamos em Belo Horizonte desde sábado ajudando na identificação dos corpos. Não nos omitimos". Segundo ele, o contrato de locação termina no próximo ano e, até lá, a empresa JS tem "o poder e o direito" de fazer essa rota de Alagoas à São Paulo. "Quem imprime as passagens é a JS e a responsável é ela que, até o momento, se omitiu de prestar qualquer ajuda às famílias". O G1 tentou contato com a JS Turismo, mas não teve retorno até a última atualização desta matéria.
MOTORISTA
O motorista Luiz Viana de Lima, que pulou do ônibus, se apresentou à Polícia Civil de João Monlevade no início da tarde desta segunda-feira (7). Ele prestou depoimento sobre o acidente que deixou 19 mortos. Luiz fugiu após o acidente acontecer. A polícia procurava por ele desde a sexta-feira (4). Segundo a corporação, o motorista não era considerado foragido, pois não havia mandado de prisão contra ele..
PERTENCES
O coordenador adjunto da Defesa Civil de Minas Gerais, tenente-coronel Flávio Godinho, afirmou ontem, durante entrevista a uma emissora de TV, que foi feito um inventário com todos os bens das vítimas do acidente com ônibus ocorrido em João Monlevade-MG, na última sexta-feira (4), e depois ocorreram videochamadas com os familiares para que eles pudessem reconhecer os pertences dos parentes. "Fizemos videochamadas com as famílias e os bens que a reconheceram já foram entregues", afirmou o tenente-coronel, destacando que, nesta segunda-feira, 7 vítimas do acidente continuavam internadas.