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Nº 5897
Cidades Ulisses dos Santos, de um ano e 11 meses, é um dos diagnosticados com leucemia em AL

MAIS DE 180 ALAGOANOS AGUARDAM POR TRANSPLANTE DE MEDULA

Estado tem poucas pessoas inscritas no Cadastro Nacional de Doadores

Por Pâmela de Oliveira | Edição do dia 11/02/2021 - Matéria atualizada em 11/02/2021 às 04h00

No segundo mês do ano, dedicado à Campanha Fevereiro Laranja, que incentiva a doação de medula óssea, 183 alagoanos estão na fila de espera por um transplante, conforme dados do Hemocentro de Alagoas (Hemoal). Dentre eles, está o pequeno Ulisses dos Santos, de apenas 1 ano e 11 meses de vida, que trava uma verdadeira batalha para conseguir um doador compatível, uma vez que, a cada 100 mil brasileiros, apenas um tem as mesmas características genéticas de um paciente e que permitem a realização do procedimento.

Diagnosticado com leucemia linfoide aguda, câncer que atinge os tecidos formadores do sangue, Ulisses luta pela vida, mesmo que, diante de sua inocência, não tenha dimensão da gravidade da doença que o atinge. Natural de São Sebastião, no Agreste do Estado, distante 100 quilômetros de Maceió, ele já enfrentou uma verdadeira via-crúcis, até ser encaminhado ao Ambulatório de Hematologia do Hemoal, em novembro de 2020, onde a patologia foi detectada.

E, além do tipo de leucemia que atinge Ulisses, há mais três tipos da doença, conforme explica a hematologista do Hemoal, Verônica Guedes. “Há a leucemia mieloide aguda, a mieloide crônica e a linfoide crônica. Apesar de a doença atingir adultos e idosos, ela se manifesta com mais frequência entre as crianças e, por isso, os pais devem observar se o filho está pálido, se há manchas roxas pelo corpo, febre sem explicação e dor óssea. Caso surjam esses sinais, a assistência médica deve ser procurada, onde será realizado o hemograma para detectar as alterações e, em seguida, fazemos um exame chamado mielograma”, detalha.

Os sintomas descritos pela hematologista do Hemoal foram justamente os percebidos pela mãe do pequeno Ulisses, o que ascendeu o sinal de alerta, indicando que algo estava anormal com o filho.

“Ele sempre foi tão alegre, ativo e brincalhão, mas, passou a se mostrar muito sonolento, irritado e com dificuldades para dormir. Além disso, apareceram algumas manchinhas roxas pelo corpo, febre e vômito. Situação que me levou a procurar assistência médica e culminou com encaminhamento ao Hemoal, onde o diagnóstico foi fechado”, relata a mãe do garoto, Graicy Kelly dos Santos, que recebe assistência integral da Associação dos Pais e Amigos dos Leucêmicos de Alagoas (Apala). Na entidade, que, desde 1993, atende, gratuitamente, crianças com leucemia, assegurando uma Casa de Apoio aos pacientes em tratamento e aos acompanhantes, o pequeno Ulisses fica hospedado todas a vezes que ocorrem as sessões de quimioterapia.

“Além de receber todas as refeições diárias, acompanhamento social, psicológico e medicamentos, também asseguramos o transporte. Agora, ele está mais disposto e alimentando-se bem, renovando a esperança de que ele será curado da leucemia”, enfatiza a coordenadora técnica da Apala, Luiza Cabral.

NÚMERO BAIXO DE DOADORES

Há três meses, os pais viajam com ele, periodicamente, para Maceió, onde o tratamento ocorre, por meio de sessões de quimioterapia, até o dia em que, finalmente, recebam a notícia de que um doador compatível foi localizado e, com isso, o transplante pode ser realizado. O obstáculo, no entanto, é o pequeno número de alagoanos inscritos no Cadastro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), que corresponde a apenas 57.830.

Para que as chances de encontrar um doador compatível para Ulisses aumentem, segundo ressalta a hematologista do Hemoal, Verônica Guedes, é necessário que mais alagoanos se sensibilizem pela importância da doação de medula óssea. Um gesto simples e que pode salvar a vida de outros 182 alagoanos, que sonham em receber uma ligação do Redome, informando que um doador compatível foi encontrado e o transplante poderá ser realizado.

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