A Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE) 2021, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, tem início nesta quarta-feira (17), na Catedral Metropolitana de Maceió. A tradicional Missa das Cinzas, marcada para às 19 horas, será presidida pelo Dom Genival Saraiva, vigário geral da Arquidiocese e será também transmitida pelas redes sociais.
A abertura ocorrerá de forma simbólica e virtual com a divulgação de um vídeo com pronunciamentos de representantes das Igrejas que compõem o Conic. Será possível acompanhar o vídeo por meio das redes sociais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a partir das 10h. Após a exibição do vídeo, jornalistas credenciados poderão participar de uma entrevista coletiva com representantes das igrejas por meio da plataforma Zoom.
Segundo a assessoria de comunicação da Arquidiocese de Maceió, o tema deste ano é ‘Fraternidade e diálogo: compromisso de amor’ e o lema ‘Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade’. “Tem como principal objetivo da CF convidar comunidades de fé e pessoas de boa vontade para pensar, avaliar e identificar caminhos para a superação das polarizações e das violências que marcam o mundo atual e que marcaram o ano de 2020. Contudo, para evitar aglomerações nesta pandemia, não haverá abertura como todos os anos” , contou. “A Igreja, através das Pastorais e Movimentos, sempre intensifica os trabalhos de toda Campanha da Fraternidade, na Quaresma, que inicia hoje, nesta quarta-feira (17). Por isso é uma Campanha Ecumênica, com Igrejas evangélicas juntas e dialogando sobre o tema”, pontuou. Já no que toca à realização da tradicional Missa das Cinzas, a assessoria informou que este ano a abertura ficará por conta de Dom Genival Saraiva, vigário geral da Arquidiocese, uma vez que o arcebispo da capital, Dom Antônio Muniz, está hospitalizado para realização de alguns exames. Além da abertura na Catedral, a cerimônia também será transmitida através das redes sociais, para evitar aglomerações.
CRÍTICAS
No texto-base que detalha a iniciativa, a CNBB faz críticas relacionadas aos seguintes temas: - “Negação da ciência” durante a pandemia de Covid-19; - Atuação do governo federal no combate ao coronavírus; - Igrejas que não respeitaram o distanciamento social; - A “cultura de violência” contra mulheres, negros, indígenas e pessoas LGBTIQ+. O texto da Campanha da Fraternidade de 2021 cita dados do Atlas da Violência 2020. Segundo a publicação, em 2018 “420 pessoas LGBTQI+ foram assassinadas, destas 164 eram pessoas trans”. “Estes homicídios são efeitos do discurso de ódio, do fundamentalismo religioso, de vozes contra o reconhecimento dos direitos das populações LGBTQI+ e de outros grupos perseguidos e vulneráveis”, diz texto da Campanha da Fraternidade. O documento contextualiza parte da história da relação entre a religião e a sociedade, fazendo um paralelo com o cenário atual. O texto cita que, no Império Romano, “como estratégia militar e de conquista para manter a falsa paz, utilizavam, por vezes, a religião como instrumento de manutenção da hierarquia social”. Em seguida, cita que “esse sistema de segregação e descarte de pessoas consideradas empecilhos e inúteis permanece ainda hoje”. O material aponta ainda que a juventude negra, mulheres, povos tradicionais, imigrantes, grupos LGBTQI+, “por causa de preconceito e intolerância, são classificados como não cidadãos e, portanto, inimigos do sistema”. A Campanha da Fraternidade ainda recomenda que a população cobre das autoridades respostas sobre casos de violência contra vulneráveis que têm responsáveis impunes.