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Nº 5897
Cidades O quarto Distrito Sanitário em Maceió já confirmou 126 mortes em decorrência de Covid-19

DISTRITOS LAGUNARES APRESENTAM MAIOR ÍNDICE DE LETALIDADE

Falta de acesso a serviços de saúde e a informações de qualidade são fatores que levam regiões mais pobres ter maior incidência

Por Luan Oliveira* | Edição do dia 06/03/2021 - Matéria atualizada em 06/03/2021 às 04h00

Às margens da Lagoa Mundaú, onde muitas famílias convivem com a pobreza diariamente, a Covid-19 também vem se mostrando mais letal. Os distritos sanitários 2 e 4 da capital alagoana, localizadas nas margens leste e sul da lagoa, respectivamente, possuem a maior letalidade do vírus. Em Maceió, a letalidade é de 2,67% – contra 3,62% e 3,38% nos 2º e 4º distrito, respectivamente. O calculo da letalidade é feito pela divisão entre o número de mortes e o número de casos. Quanto maior o resultado, maior é a proporção de pessoas dentro do grupo que não resistem à doença. Caso haja 100 casos em uma comunidade, e 20 mortes, conclui-se que a letalidade é de 20%. Estendendo-se do Bom Parto, na parte baixa da capital, até o Rio novo, na parte alta, o 4º Distrito Sanitário confirmou até a segunda-feira (1º) 3.731 casos e 126 mortes pelo novo coronavírus. O 2º Distrito, que vai da Levada até o Pontal da Barra, no extremo Oeste de Maceió, confirmou 5.778 casos, com 209 óbitos. Eles respondem por 18,07% dos casos da Covid-19 na capital, mas por 24% das mortes. Alguns bairros possuem letalidades altíssimas: é o caso do Vergel do Lago, lar da comunidade de Sururu de Capote, com letalidade de 4,5%. No ano passado, essa taxa já chegou a 6%. Taxas nesse nível ainda persistem pela região, como em Fernão Velho (5,2%).

DESINFORMAÇÃO

Segundo o infectologista Renée Oliveira, a falta de acesso aos serviços de saúde e a informações de qualidade são alguns dos fatores que levam regiões mais empobrecidas da capital a ter uma maior incidência de mortes do que o restante. “Falta de atendimento básico, principalmente, isso é um fato muito conhecido”, diz.

O infectologista também diz que programas de assistência social como o auxílio emergencial ajudavam os mais pobres a se cuidarem melhor. “Você não pode esperar que uma pessoa com uma renda irrisória tenha acesso a um álcool em gel”, pondera Renée. “Há, muitas vezes, até mesmo a dificuldade no acesso a água encanada”. Além da contaminação por meio do ar, o novo coronavírus também se transmite por meio do contato. Estudos mostram que ele pode viver por vários dias no esgoto e nas fezes humanas. Sem saneamento básico, as famílias de comunidades mais pobres são mais vulneráveis a infecção pelo coronavírus e a outras doenças que podem agravar o quadro clínico. “Falta ao poder público chegar até essas pessoas com uma linguagem mais clara, de fácil entendimento”, defende.

OUTROS DISTRITOS

23,32% dos casos da doença em Maceió se concentram no mesmo distrito, o sétimo. Formada pelos bairros da Cidade Universitária, Santos Dummont, Tabuleiro dos Martins, Clima Bom e Santa Lúcia, o distrito conta com 12.274 casos confirmados e 295 óbitos. A letalidade, contudo, ainda é abaixo da média da capital: 2,40%. O segundo maior número fica com o 1º Distrito Sanitário, na região da orla da capital. Ele se estende da Jatiúca até o Jaraguá, com Mangabeiras, Ponta da Terra e Poço ao norte. Foram 9.947 casos confirmados, e 243 óbitos. O distrito com o menor número de casos da Covid-19 é o 8º. Somente 3,96% dos casos ocorreram lá, 2.086 ao todo. A região, contudo, é esparsamente populada e compreende uma grande extensão territorial: pela orla, vai de Cruz das Almas até Ipioca. Foram 42 óbitos na região, que tem também a menor taxa de letalidade da capital: 2,01%.

* Sob supervisão da editoria de Cidades.

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