Dentre as entidades que trabalham com a população em situação de extrema pobreza, está a Casa de Ranquines – instituição ligada à Igreja Católica – com dois abrigos para 300 pessoas (homens, mulheres e famílias sem moradia) da população de rua de Maceió. Desde o agravamento da pandemia, em março passado, a instituição sobrevive com doações e um convênio de seis meses com a Prefeitura. Segundo o coordenador, Frei João Maria, a despesa mensal da instituição é de R$ 240 mil. A nova gestão da Prefeitura de Maceió vai celebrar novo convênio de R$ 112 mil, com validade de apenas dois meses. O montante, segundo o frei, é insuficiente para as quatro refeições diárias. Ao saber da existência do Fecoep, a instituição se cadastrou na esperança de obter recursos para a manutenção dos abrigos. No auge da primeira e segunda ondas da pandemia, segmentos da população fizeram doações de alimentos, material de higiene e a Prefeitura doou R$ 400 por pessoa, por um período de seis meses. O estado deu uma pequena ajuda de alimentação. Quando a Prefeitura liberou recursos, a alimentação foi cortada. As duas casas de passagem São Vicente de Paula (Ranquines) funcionam na rua Barão de Jaraguá, em frente à Praça dois Leões, no bairro de Jaraguá, e na Ladeira da Catedral, no centro da capital.
AUXÍLIO
Ainda não existe uma política de saúde e nem plano de socorro alimentar públicos para mais de 15 mil pessoas em situação de extrema pobreza nas ruas dos 102 municípios alagoanos. Quem afirma é o coordenador Nacional e Estadual do Movimento da População em Situação de Rua, Rafael Machado. O movimento recentemente ocupou a porta do Palácio do Governo e pediu socorro do Fecoep. Hoje, aguarda resposta do Gabinete Civil. “Esta é uma população que passa fome diariamente, tem imunidade baixa. Há um mês ocupamos a porta do palácio e pedimos socorro”. Rafael explicou que a estimativa é que entre as 15 mil pessoas em situação de rua, mais de 4,5 mil são de Maceió. “Em todos os municípios tem população de rua. A quantidade é maior nas cidades de grande e médio portes e naqueles da área litorânea de movimentação”.
As secretarias de Saúde do estado e dos municípios garantem que cumprem o calendário de prioridades da vacinação para todos os cidadãos que buscarem vacinas nos postos. AF