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Cidades

ALERGIA A MEDICAMENTO PODE LEVAR À MORTE

Consumo por conta própria pode atrapalhar diagnóstico

Por Maíra Sobral/Estagiária | Edição do dia 31/03/2021 - Matéria atualizada em 31/03/2021 às 04h00

Com alta taxa de ocupação dos hospitais e a ampla divulgação nas redes sociais de supostos tratamentos preventivos contra o novo coronavírus, cresce a preocupação dos profissionais de saúde com o hábito da automedicação adotado pelos brasileiros. A médica alergologista e imunologista Eliane Jordão explica que apesar dessa ser uma prática muito comum no país, a automedicação pode provocar um quadro clínico ainda pior.

“O paciente muitas vezes não conhece os problemas alérgicos que possui e muitas vezes pode até desenvolver uma alergia com o uso frequente e indiscriminado de determinada medicação”, ressalta Eliane. Porém, as alergias não são a única complicação, uma vez que as reações adversas e as intoxicações também podem surpreender negativamente o paciente que se automedica.

O secretário geral do Conselho Regional de Farmácia Daniel Fortes revela ainda que fazer o consumo de medicamentos por conta própria pode atrapalhar o diagnóstico de outras patologias. “A automedicação pode mascarar os sintomas de uma outra doença, agravar o clínico de várias enfermidades e pode interagir com outros medicamentos que o paciente esteja fazendo uso. Inclusive, no Brasil, o principal responsável por internações por intoxicação é o consumo de medicamentos sem orientação médica”, destaca Daniel.

Segundo a alergologista Eliane, a principal complicação da alergia causada por medicações é a anafilaxia, uma reação que provoca o surgimento de edemas de mucosas e cutâneos, causando dificuldade para respirar, inchaço em diversas regiões do corpo e dores abdominais. Eliane alerta que o quadro pode evoluir rapidamente e, caso o paciente não receba assistência médica, pode até levar a óbito.


AUTOMEDICAÇÃO

Daniel relembra também que com o atual período de pandemia, a promoção da automedicação pode se tornar uma das responsáveis pelo aumento do contágio pelo novo coronavírus. “Durante a pandemia, a automedicação ainda proporciona a falsa sensação de controle e prevenção a infecção pelo vírus, fazendo com que as pessoas relaxem nas medidas sanitárias que efetivamente podem prevenir ou conter a disseminação da doença, que é o uso de máscara, o distanciamento social e a higienização constante das mãos”, afirma o farmacêutico.

Para a alergologista, a principal forma de evitar a alergia medicamentosa é fortalecendo o sistema imunológico por meio de uma alimentação saudável, prática regular de exercícios e cuidados com a saúde mental, para que o consumo de remédios possa ser reduzido. Além disso, mesmo durante a pandemia, a alternativa mais segura continua sendo procurar pelos postos de saúde quando necessário. “A gente não tem que ter medo de pedir orientação médica. Até porque os hospitais e pronto-socorros estão separando as alas entre pacientes de Covid-19 e os pacientes de outras enfermidades, justamente para que não haja esse contato”, pontua Eliane.

* Sob supervisão da editoria de Cidades.

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