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Nº 5882
Cidades

Buraco gigantesco amea�a engolir mais casas

A erosão na Avenida Pratagy, no Benedito Bentes, ameaça a Escola Dom Otávio Brandão, onde o governo investiu cerca de R$ 800 mil para a reforma do prédio. A escola, com dois mil alunos matriculados, deve iniciar as aulas em março. Dirigentes do Sindicato

Por | Edição do dia 03/02/2004 - Matéria atualizada em 03/02/2004 às 00h00

A erosão na Avenida Pratagy, no Benedito Bentes, ameaça a Escola Dom Otávio Brandão, onde o governo investiu cerca de R$ 800 mil para a reforma do prédio. A escola, com dois mil alunos matriculados, deve iniciar as aulas em março. Dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinteal) estiveram no local e observaram com preocupação os riscos para os alunos, caso não seja tomada nenhuma providência para conter o processo de erosão. Homens do Corpo de Bombeiros isolaram a área na noite do domingo e pediram para que os moradores das casas ameaçadas se abrigassem em casas de amigos. Ontem pela manhã, equipes da Companhia Energética de Alagoas (Ceal) fizeram a retirada de dois postes da rede de alta-tensão que ameaçavam tombar sobre as casas. A Casal também enviou equipes para o local, para interromper a passagem de água para a tubulação que rompeu. Por causa do problema, os moradores no entorno da Avenida Pratagy ficaram sem água e energia toda a manhã de ontem. Os moradores da área mais afetada pela erosão não escondiam sua revolta. O vigilante José de Souza Cachate teve que levar os móveis de sua casa para a de um amigo. Segundo ele, mais de 10 casas foram destruídas pela erosão e a sua corria o mesmo risco. “Não tenho condições de continuar na casa que pode desabar a qualquer momento”. A mesma aflição vivia José Henrique de Sousa, que colocou todos os móveis no quintal da casa, porque ele, a mulher e dois filhos não tinham para onde ir. “Não sei para onde vou agora com minha família”, lamentava-se. O morador pretende entrar com uma ação na justiça cobrando indenização à prefeitura pelos danos causados ao imóvel. A representante do Movimento de Articulação Comunitária, Inês Torres, disse que o problema da erosão na chamada Grota da Paz, no final da Avenida Pratagy, arrasta-se desde 1997. A erosão atingiu de início uma padaria e casas que haviam sido construídas numa área verde. Como nenhuma obra foi feita para conter a erosão, agora são as casas do Benedito Bentes, construídas há quase 20 anos pela extinta Companhia de Habitação Popular (Cohab), que estão ameaçadas. Inês informou que as obras para desvio da tubulação de águas pluviais foram iniciadas há um ano pela prefeitura, mas foram paralisadas há quatro meses. No local, onde foi feita a escavação para colocação da tubulação, ficaram apenas alguns pedaços de madeira e o portão de acesso está fechado com cadeado. À tarde, os moradores cujas  casas correm risco de desabar,  por causa da erosão, realizaram  uma manifestação no local, com  carro de som e um grande sentimento de revolta e indignação, pelo  descaso do poder público. “Estamos pedindo providências urgentes. Já não agüentamos mais esse sofrimento e ninguém faz nada por nós”, lamentava a moradora Rizonete Ferro da Silva.

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