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Nº 5897
Cidades A Seris criou novas rotinas para diminuir impacto da pandemia no sistema prisional

DOIS MIL SERVIDORES DA SERIS COBRAM VACINAS E AMEAÇAM GREVE

O clima entre os trabalhadores da secretaria ficou tenso depois das três mortes prestadores de serviço

Por Arnaldo Ferreira | Edição do dia 22/05/2021 - Matéria atualizada em 22/05/2021 às 04h00

Depois de três mortes por Covid-19 de prestadores de serviços na Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social (Seris), os 620 policiais penais, os 1,5 mil prestadores de serviços e as outras categorias de trabalhadores da pasta decidiram entrar em greve geral para exigir vacina de todos os trabalhadores da Seris. A insatisfação aumentou depois que eles souberam que o governo estadual iria vacinar a população carcerária – os 9.740 presos – primeiro que o funcionalismo. O Sindicato dos agentes penitenciários confirmou o clima de insatisfação das categorias e revelou a disposição de greve caso o governo estadual insista com a estratégia de vacinar os presos, antes de concluir a vacinação dos trabalhadores do sistema prisional. Menos de 40% dos servidores maiores de 45 anos de idade e com comorbidades já foram vacinados, disse um prestador de serviço que trabalha na entrada do sistema prisional de Maceió. “Tem muitos colegas com menos de 45 anos que moram com os pais, tem famílias, tem comorbidade e estão com medo de se contaminar com os parentes dos presos. Por isso, a exigência da vacina, nem que para isto a gente precise fazer greve”, disse o funcionário sem se identificar. O presidente do Sindppen, Vitor Leite da Silva, revelou, porém, que o clima entre os presos é de tranquilidade. A insatisfação dos servidores não afeta a tranquilidade nem a disciplina no sistema. “A disciplina está mantida. O que queremos é que o governo de Alagoas acompanhe os estados que priorizaram a vacinação dos servidores dos estabelecimentos penais dentro das prioridades e depois vacine os presos”, disse o sindicalista que não tem o número preciso de colegas vacinados. Acredita, porém, que em torno de 40% pode ter recebido a primeira dose. e um percentual bem menor, a segunda dose. Entre os funcionários do presídio há policiais penais, prestadores de serviços, servidores administrativos, das áreas de manutenção, oficinas e de saúde. “Dos que tem menos de 45 anos, só o pessoal da saúde foi vacinado. Os demais, aguardam”. A insatisfação dos trabalhadores da Seris já é do conhecimento do secretário de Ressocialização e Inserção Social, coronel Marcos Sérgio, da Vara das Execuções Penais, do governador Renan Filho (MDB) e do secretário de Estado da Saúde, Alexandre Ayres. “Não aceitamos que os presos sejam vacinados antes dos trabalhadores”, avisou o sindicalista. O estado segue a orientação do Plano Nacional de Imunização, revelam as autoridades de saúde. Outros estados, dentre eles o Maranhão e a Bahia , seguiram outro modelo de prioridade social. No caso dos estabelecimentos penais, vacinaram os servidores e depois os presos. As categorias têm apoio da maioria dos deputados estaduais. Alguns deles, como o Cabo Bebeto (PTC), Antônio Albuquerque (PTB), Francisco Tenório (PMN) e Cibele Moura (PSDB), já fizeram pronunciamento na Assembleia Legislativa contra a prioridade de vacinar os presos e mantêm pressão política.

MORTES

A Secretaria da Ressocialização e Inclusão Social (Seris) desenvolve novas rotinas para diminuir o impacto da pandemia do coronavírus no sistema prisional, a exemplo da suspensão das visitas. As visitas foram retomadas no mês passado, confirmou o secretário de Ressocialização, coronel Marcos Sérgio, ao assegurar que o clima nas unidades prisionais é de tranquilidade em relação à pandemia do coronavírus. Segundo ele, não há registro de mortes por Covid-19 entre os presos. Nos presídios é necessário uso obrigatório de máscara de proteção. A medida é para proteger a saúde dos servidores, visitantes e reeducandos. Segundo o secretário, a Seris dispõe, inclusive, de médico infectologista e seu próprio hospital de campanha para os custodiados que apresentem sintomas de síndrome gripal.

BARREIRAS

A criação de barreiras sanitárias nas unidades prisionais, a distribuição contínua de material de higiene e a sanitização periódica de todos os setores da secretaria também estão entre as medidas sanitárias. Outra providência foi a criação do projeto “Uma carta pra você”, que consiste na troca de carta supervisionada entre reeducandos e familiares durante o período de suspensão das visitas, reduzindo a distância causada pela pandemia e, com isso, pacificando as unidades prisionais.

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