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Nº 5868
Cidades

DOIS PROJETOS DE DESASSOREAMENTO SE ENCONTRAM NO GOVERNO FEDERAL

Municípios situados no entorno das lagoas têm feito ações para reduzir a poluição

Por arnaldo ferreira | Edição do dia 24/07/2021 - Matéria atualizada em 24/07/2021 às 04h00

O prefeito do Pilar, Renato Filho, se reuniu, recentemente, com o secretário de Estado Infraestrutura, Maurício Quintela, para tentar retomar o projeto de despoluição e desassoreamento das lagoas elaborado governo federal, quando Quintela era ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil (2016 a 2018). O ex-ministro, na verdade, elaborou dois projetos de desassoreamento: o de dragagem do Porto de Maceió, que foi executado; e do complexo lacustre, que não foi adiante. O projeto previa a retirada de areia de pontos críticos nas lagoas e de pontos entre Maceió até o Pilar. Estava orçado em R$ 50 milhões. Cópia do projeto foi entregue inclusive à indústria Braskem, que, naquela época, manifestou interesse na areia do fundo das lagoas para tapar as minas que hoje precisam ser preenchidas e causaram a desocupação de quatro bairros: Pinheiro, Bebedouro, Mutange e Bom Parto. O estudo nas lagoas foi realizado por técnicos do Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH), que detalharam as intervenções necessárias no Complexo Lagunar. O prefeito Renato Filho encaminhou o estudo aos técnicos da Universidade Federal de Alagoas para a revisão do projeto de Maurício Quintela. “Depois da reavaliação do projeto, vamos procurar os prefeitos vizinhos, as colônias, a Federação dos Pescadores e as indústrias do entorno. Vamos buscar ajuda”. Para não ficar na promessa, como ocorreu em anos anteriores, Renato Filho prometeu investir de R$ 10 milhões na despoluição e dragagem. “O restante [R$ 40 milhões] vamos buscar parcerias para salvar as lagoas”. A atualização do projeto de desassoreamento e despoluição encomendada aos pesquisadores da Ufal deve ficar pronta até o final de setembro, acredita Renato Filho. O prefeito do Pilar está no segundo mandato e quer priorizar o desassoreamento. No primeiro mandato, tentou desenvolver a pesca com tanques-redes, mas foi inviável por falta de oxigenação no complexo lacustre.

MACEIÓ

O prefeito JHC (PSB), de Maceió, também quer desassorear os canais da foz do complexo das lagunas, garante a assessoria de Comunicação da prefeitura, ao revelar que, recentemente, JHC acompanhou o trabalho de limpeza dos pontos críticos da lagoa Mundaú. A prefeitura trabalha para requalificar o trecho da orla lagunar entre os bairros do Vergel do Lago até a Levada, mas não consegue evitar os esgotos que correm em direção ao ecossistema.

MARECHAL DEODORO

O prefeito de Marechal Deodoro, Cláudio Filho Cacau (PSD), em 2018, esteve com o então ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintela [hoje secretário da Infraestrutura] e viu a apresentação do projeto de desassoreamento das lagoas Manguaba e Mundaú. O estudo mostrava as intervenções necessárias para reduzir os danos causados pelo assoreamento que afetam Marechal Deodoro, Maceió, Santa Luzia do Norte, Coqueiro Seco e Pilar.

O assoreamento das lagoas é um processo natural, mas a ocupação desordenada das cidades, o esgoto e outras ações degradantes aceleram o processo que pode transformar o complexo num imenso depósito de lixo e de esgoto. Entre os problemas, estão a impossibilidade de navegação, redução da quantidade de peixes na lagoa e o risco de enchentes nos períodos chuvosos. Após a apresentação do estudo no Ministério dos Transportes, o projeto foi aprovado. Na prática, permanece no papel.

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