Os custos relacionados a acidentes de trânsito no estado de Alagoas, apenas nos cinco primeiros meses de 2021, já somam R$ 203.108.992, segundo levantamento da Subchefia de Estudos de Acidentes e Infrações de Trânsito do Detran/AL.
Do montante, R$ 68.386.866 se referem a ocorrências em rodovias federais, enquanto R$ 134.722.126 são decorrentes de acidentes em rodovias estaduais e municipais no estado.
O valor estimado foi calculado com base no estudo desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas Aplicadas (Ipea), juntamente com o Denatran e a ANTP, para a formação de custos econômico-financeiros relacionados a acidentes de trânsito, observando a natureza das lesões, e os decorrentes custos hospitalares, custos quanto às despesas de remoção/pátio, perda de carga e danos materiais.
O valor representa um custo 52% maior em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o total estimado para as despesas foi de R$ 132.986.774, R$ 44.776.691 em rodovias federais e R$ 88.210.082 de acidentes em vias estaduais e municipais. Ainda segundo o relatório, emitido a pedido da Gazeta de Alagoas, o coeficiente de inflação e a predominância de diferentes gravidades de vítimas e tipos de veículo seriam alguns dos motivos para o aumento expressivo.
“A perda da sociedade com os sinistros de trânsito nas rodovias é bastante significativa”, escreve o órgão, recomendando a intensificação de políticas públicas voltadas para a redução de sinistros de trânsito e da sua severidade, tendo em vista o crescimento da frota de veículos, o que aumenta do tráfego em geral e os conflitos no trânsito.
CUSTOS HOSPITALARES
A estimativa do Ipea foi realizada no ano 2014, onde os valores referente à gravidade dos acidentes (ilesos, feridos leves, graves, ou fatais, tendo em vista os custos relacionados às despesas pré-hospitalares, hospitalares, pós-hospitalares, remoção e perda de produção) variavam de R$ 199 a R$ 432.557.
Com valores corrigidos para 2021 essa variação passou a ser de R$ 280, em casos de gravidade leve, a até R$ 609.330, em casos de vítimas fatais.
Segundo o levantamento, com base nos dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no estado, no período levantado, foram 40 mortos (R$ 24.373.201), 155 feridos leves (R$ 1.849.246), 86 feridos graves (R$ 15.159.389), 195 ilesos (R$ 1.129.141), e 40 com gravidade ignorada (R$ 61.200). O valor total de despesas humanas foi de R$ 42.572.179. O montante sofreu um leve aumento de 15% em relação ao ano passado, que mesmo com um maior número de indivíduos envolvidos em acidentes, teve um número menor em relação a gravidade dos ferimentos. Foi um total de 6.502 atendimentos médicos referentes a acidentes de trânsito, tendo em vista os números do Hospital Geral do Estado (2.280 atendimentos), na capital, e do Hospital Daniel Houly, na região agreste (um total 4.222).
DANOS MATERIAIS
Um aumento expressivamente maior foi relatado em relação aos custos materiais, que levam em conta o tipo de cada veículo envolvido na ocorrência.
Os custos médios variam de R$ 168, em acidentes com vítimas em bicicletas, chegando até R$ 67.370, tendo em vista acidentes fatais que envolvem caminhões e carretas, devido ao prejuízo com cargas.
Já os custos com automóveis, desde o levantamento original realizado, inflaram de R$ 7.169 para R$ 10.076 em 2021, em acidentes sem vítimas relatadas. Com vítimas fatais, os valores subiram de R$ 19.323 para R$ 27.220. Os custos são referentes a perdas materiais, custos de veículo e carga. De janeiro a maio já foram notificados 127 automóveis e 110 motocicletas envolvidas em acidentes. Desses, 13 e 10 tiveram morte no local, respectivamente. Em relação aos caminhões, que envolvem custos bem maiores, foram relatados 171 acidentes, sendo 15 fatais. Com isso, 2021 já acumulou R$ 25.814.687 em danos materiais, um prejuízo econômico 222% maior em relação a 2020, que nesse período havia acumulado R$ 8.004.350.
* Sob supervisão da editoria de Cidades.