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Nº 5868
Cidades Maceió, 25 de março de 2021
Papodromo vira ponto de vacinação contra a Covid-19, no bairro do Vergel do Lago em Maceió. Alagoas - Brasil.
Foto:@Ailton Cruz

MUNICÍPIOS INVESTEM EM BUSCA ATIVA PARA ATRAIR FALTOSOS DA 2ª DOSE

Só em Maceió, mais de 28 mil pessoas estavam com o ciclo vacinal atrasado até a última quinta-feira

Por Clariza Santos | Edição do dia 28/08/2021 - Matéria atualizada em 28/08/2021 às 04h00

Com o número alto de faltosos para a segunda dose da vacina contra à Covid-19, as secretarias municipais de Alagoas estão monitorando e tentando, diariamente, atrair esse público. No dia 10 deste mês, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou que cerca de 7 milhões de brasileiros não haviam retornado para tomar essa dose no País. De acordo com o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Alagoas (Cosems/AL), até quinta-feira (26), não havia dados referentes aos faltosos da segunda dose. “Estamos solicitando aos municípios que façam busca ativa de quem tomou a primeira dose, para tomar a segunda dose e que a medida que baixem as idades, for concluindo, não deixe de buscar quem ainda não tomou”, segundo o secretário executivo do Cosems, Sival Clemente. Em Maceió, conforme a Secretaria Municipal de Saúde, em uma análise feita em 23 de agosto, com base nos dados fechados até o dia 22, identificou que 28.535 pessoas estavam, naquela data, com o ciclo vacinal atrasado contra a Covid-19, o que representa 10% de faltosos para a segunda dose das vacinas. Destes, 4.435 não concluíram a imunização com a vacina Coronavac, 15.810 com Astrazeneca e 8.290 com Pfizer em Maceió. “Para estimular a conclusão do processo de imunização, a Prefeitura de Maceió anunciou na última quarta-feira (25) a criação de um selo para identificar as empresas e órgãos da administração pública com 100% dos funcionários vacinados contra a Covid-19. Foi a maneira que a gestão encontrou para incentivar a imunização na capital. Isto se deu após discussão com o setor produtivo”, informa o coordenador do Gabinete de Gestão Integrada de Enfrentamento à Covid-19, Claydson Moura. Para conquistar o selo, será necessário comprovar a aplicação das doses dos colaboradores, por meio da apresentação dos respectivos cartões de vacinação ou mostrar as informações do aplicativo Conect SUS, que contém os dados individualizados e indicará se a pessoa recebeu a primeira dose ou se já completou o ciclo de imunização. Claydson Moura reforça que a Prefeitura de Maceió vem trabalhando para ofertar uma vacinação rápida e eficiente à população, mas reforça que, para garantir a imunização, é necessário que as pessoas fiquem atentas à data da sua 2ª dose e, neste dia, se direcionem a um dos pontos disponibilizados na capital. “Estamos divulgando semanalmente o balanço com a quantidade de faltosos, reforçando sempre a importância de concluir o calendário de vacinação e, com isso, se proteger e proteger os outros também. Além dos pontos fixos, a Prefeitura disponibilizou 20 unidades de saúde por toda a cidade para agendar a aplicação da segunda dose da Astrazeneca na hora, local e dia que o cidadão preferir e puder, através do Agenda Vacina. Contamos ainda com faixas e estações exclusivas para 2ª dose nos drive-thrus e nos pontos fixos, o que permite uma vacinação muito mais rápida”, diz Claydson Moura. O coordenador do GGI reforça, ainda, a importância com comunicados internos, externos e também por meio de nosso site, redes sociais e da imprensa. E lembramos que, muito brevemente, no Brasil e no mundo a vacinação completa será uma exigência de todos as empresas de bens e serviços e dos órgãos e ambientes públicos, como rodoviárias, parques e aeroportos. “A segunda dose é o único caminho para completar e fortalecer a imunização e, assim, vencer a pandemia e evitar mais fechamento, desemprego, superlotação de hospitais e mortes”, enfatiza. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), por sua vez, não dispõe dos dados dos faltosos porque os municípios é quem enviam os dados diretamente para o sistema do Ministério. Porém, conforme apurou a reportagem, no site do MS, constam dados gerais da dose única e dos apenas dos vacinados pelas 1ª e 2ª dose, não sendo possível calcular os faltosos. Por meio de nota enviada à Gazeta, a Sesau informou que, assim como em todas as campanhas de vacinação, cabe aos estados receberem as vacinas do Ministério da Saúde (MS), acondicioná-las adequadamente e distribuí-las às Secretarias Municipais de Saúde (SMSs), que, por sua vez, têm a atribuição de executar a vacinação e adotar as estratégias para atingir o público-alvo de cada campanha, além de possuir o numero de pessoas que ainda não compareceram para tomar a segunda dose. “No caso da vacinação contra a Covid-19, para evitar as aglomerações, os municípios foram orientados pela Sesau a realizarem a vacinação em locais amplos e abertos, que propiciassem o distanciamento social. Com isso, municípios como Maceió, Arapiraca e Rio Largo, que possuem maior contingente populacional, optaram por realizar as ações em ginásios - para as pessoas que não possuem carro e nos Drive Thru – para as que possuem veículo próprio”, diz um trecho da nota. Outra estratégia adotada, ainda conforme a Sesau, é o agendamento prévio, onde o usuário acessa um dispositivo criado pelo município onde reside e agenda o dia, hora e local onde receberá a vacina. Com relação às pessoas com dificuldade de locomoção, acamados e idosos, os municípios são orientados pela Sesau a enviam técnicos às residências, assegurando que nenhuma pessoa, que faça parte do público-alvo especificado pelo Plano Nacional de Imunização e, elaborado pelo MS, fique sem a imunização. No caso da SMS de Maceió, por exemplo, dispõe do Agenda Vacina, que funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, através do telefone 3312-5589 e do e-mail [email protected]. Quanto ao Estado, além de prestar assistência técnica aos 102 municípios, por meio do Programa Nacional de Imunização em Alagoas (PNI/AL), foi criado o Programa Vacina Alagoas, que destinou R$ 11 milhões para incentivar os municípios a estruturar as suas Redes de Vacinação e, desse modo, acelerar a execução da imunização. Paralelamente também foi implantado o Alô Vacina, que atuou como ferramenta para esclarecer dúvidas da população sobre o fluxo da campanha e sobre a eficácia dos imunizantes, principalmente diante das inúmeras fake news. Ainda no âmbito estadual, ainda segundo a Sesau, como estratégia para assegurar que todos os alagoanos acima de 18 anos se imunizassem, foi celebrado um convênio com a empresa de aplicativo Uber, onde foi disponibilizado um código promocional VACINAALAGOAS, que possibilita o deslocamento até os pontos de vacinação, por meio de um desconto de R$ 25,00. O Ministério Público de Alagoas, por meio das promotorias dos municípios e das reuniões semanalmente do Comitê de Operações de Emergência em Saúde Pública, têm reforçado a importância da busca ativa das pessoas que se dirijam até as Unidades de saúde para tomar a segunda dose.

IMUNIZAÇÃO COLETIVA É IMPORTANTE, DEFENDEM INFECTOLOGISTAS

De acordo com o médico infectologista do Hospital Helvio Auto, Fernando Maia, a segunda dose da vacina Covid-19 aumenta a resposta imune na produção de anticorpos contra o vírus. “O risco de não tomar a segunda dose é não estar completamente protegido. Corre o risco de se infectar e de fazer forma grave e morte. O risco para a coletividade é de contaminação, quanto mais vezes se contaminar maior o risco de transmitir, além do risco individual de não evitar a forma grave, que é o objetivo principal da vacinação”. O infectologista Marcelo Constant diz que afirma que, em alguns casos de vacina, é necessário repetir a dose da vacina, à exemplo da antitétánica. Ou seja, não sendo uma novidade as duas doses. “A consequência dos que não se vacinam ou não procuram a segunda dose é de uma insensatez porque não só ele vai estar exposto, no caso da Covid-19, como também vai propiciar que pessoas queridas sejam contaminadas. Então é importante, não adianta tomar só uma dose”.

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