Em meio ao caos provocado pela pandemia do novo coronavírus pelo segundo mês de dezembro consecutivo, o Natal chega este ano trazendo a esperança de que dias melhores virão. Com o avanço da vacinação, espera-se uma retomada à vida normal o mais breve possível, mas as marcas deixadas pelo vírus e as perdas sofridas pelas famílias ficarão, por muito tempo, na memória de cada um.

Para aliviar a saudade dos entes queridos que se foram, amenizar o sofrimento com a falta de emprego e as dificuldades financeiras agravadas pela pandemia, muitos cristãos se apegam à religião e à fé. O dia 25 de dezembro, quando se comemora o nascimento de Cristo, pode ser um marco para, enfim, seguir em frente.

Para o arcebispo de Maceió, Dom Antônio Muniz, é momento de rezar pedindo consolo para o sofrimento e de agradecer por ter sobrevivido à pandemia. “Deus vem ao nosso encontro, o Emanuel vem para nos salvar. É assim o Natal do Senhor para todo cristão. E como disse o anjo na Noite do Natal: ‘Eu vos anuncio uma grande nova, nasceu para nós o Salvador’. Este ano, o sentimento também é de renovação da esperança e gratidão a Deus por, mesmo em um tempo pandêmico, termos mais fiéis celebrando nas igrejas. Com certeza muitos estarão rezando e pedindo consolo para seu período de luto, ou gratidão por ter vencido a doença”, pontuou Dom Antônio.

Ele destaca que tempos difíceis sempre vão existir, mas que nunca se deve perder a esperança e a confiança em Deus. “Continuamos enviando uma mensagem de Fé e Esperança. Tempos difíceis sempre teremos, mas nunca devemos perder a esperança e a confiança em Nosso Senhor, Salvador e Mestre. Que os nossos corações sejam manjedouras de amor e de acolhimento ao irmão e irmã que sofrem com a exclusão, com a enfermidade, com as guerras, com o ‘vírus’ da indiferença. O Menino Jesus, que é luz, nos traz esperança; é paz, nos traz vida. Devemos fazer este amor de Deus chegar a todos os corações”, afirmou o líder da Igreja Católica.

O pastor Roberto Amorim Menezes, da Igreja Batista do Farol, lembra que existem dois tipos de Natal, aquele onde o vermelho e o verde prevalecem, com as luzes acesas, pessoas sorrindo e comida farta nas mesas, e o das pessoas que não têm o que colocar sobre a mesa. “E é sobre isso que todos devemos refletir”, orienta. Ele diz que o Natal tem muito mais relação com a simplicidade, “com a estrebaria e a manjedoura transformada em berço”, por isso, o apelo comercial que temos hoje não deve se sobressair, afinal, a data remete ao nascimento de Cristo, e é isso que devemos comemorar.

“O Natal tem a ver com a presença de Cristo em nossas vidas. A felicidade está onde ele se manifesta e ele se manifesta nos lugares mais impressionantes”, diz o pastor. Sobre a esperança de dias melhores, o pastor cita a fé, necessária para encarar tantos momentos difíceis pelos quais passamos nos últimos meses. “A fé é a prova daquilo que a gente espera e a certeza do que a gente aguarda. A fé permite transformar a esperança em certeza”, pontua.

AINDA É PANDEMIA

Dom Antônio também faz questão de lembrar que ainda estamos vivendo um período de pandemia. “Então os cuidados não devem ser negligenciados e nem as orientações médico-sanitárias devem ser descumpridas. Nossas Paróquias têm cumprido as determinações do Decreto Arquidiocesano, desde o início da pandemia, e decreto do Governo do Estado para que as pessoas não esqueçam e não relaxem. Tomem a vacina, sejamos sempre pela vida. Nossas vidas estão voltando ao ritmo da proximidade, mas mantenhamos os devidos cuidados. Protegendo-nos e protegendo o outro! Desejo a todos e todas um Santo e feliz Natal e um abençoado ano de 2022”, diz Dom Antônio