Os policiais civis de Alagoas decidiram paralisar as atividades até a próxima sexta-feira (11), após o governador Renan Filho (MDB) descumprir a promessa de enviar dois projetos de lei à Assembleia Legislativa (ALE). A categoria decidiu pela paralisação dos serviços nesta segunda-feira (7), além de aprovar a realização de atos públicos em frente ao Palácio do Governo.
A categoria está na bronca com o governo, que não fez o envio do projeto de lei referente ao reajuste de 15% nos salários e do segundo documento, que trata da garantia da verba para a vestimenta dos servidores.
Com a paralisação, os policiais civis somente poderão fazer os flagrantes, Boletim de Ocorrência de Serviço de Verificação de Óbito (SVO), B.O de estupro, local de crime, audiência de custódia e a garantia das prerrogativas dos advogados. Assim que o governador Renan Filho enviar os projetos de leis, a paralisação e os atos públicos serão suspensos.
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol), Ricardo Nazário, informou que a categoria está insatisfeita com o descumprimento do acordo por parte do governo Renan Filho, que deveria ter implementado o reajuste salarial em janeiro deste ano. O primeiro ato público da categoria está marcado para hoje, na porta do Palácio do Governo, a partir das 8 horas.
Ricardo Nazário contou que o governador Renan Filho cumpriu um primeiro acordo sobre o pagamento das progressões atrasadas, mas os projetos para as outras duas propostas acordadas não foram enviados ao Poder Legislativo. Ele esclareceu ainda que o chefe do Executivo havia prometido enviar os projetos ainda em dezembro. No entanto, isso não foi cumprido e os deputados entraram em recesso.
A categoria teria feito, então, contato com a Secretaria de Planejamento do Estado (Seplag), que teria se comprometido, em janeiro de 2022, a apresentar as propostas. “Passou janeiro, vem fevereiro, a ALE voltou a funcionar, e o governador não mandou [os projetos].”
Nazário acrescentou que, após ocupar a Seplag, ficou prometido que o órgão iria enviar as matérias, o que novamente não teria ocorrido. “O último momento foi agora, na abertura da ALE, que a gente conseguiu falar com ele [Renan Filho] e ele prometeu, dizendo que enviaria o projeto de lei e cumpriria o acordo. Também nos foi prometido que iriam enviar antes do carnaval ou logo após. Voltou do carnaval e também não mandou”, expôs.
“Acabou a paciência e todos os prazos possíveis de negociação”, disse Nazário, acrescentando: “Agora a gente vai para o enfrentamento”. Ele lembra que o mês de abril se aproxima, momento em que o governador Renan Filho não poderá mais enviar projetos para a Casa de Tavares Bastos.