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DUAS CIDADES DO LITORAL NORTE TÊM MAIORES TAXAS DE LETALIDADE DA COVID
Perto do 2º aniversário da 1ª morte por coronavírus, cenário melhora, mas pesquisador aguarda dados do carnaval
Por regina carvalho | Edição do dia 12/03/2022 - Matéria atualizada em 12/03/2022 às 04h00
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Perto de dois anos de confirmação da primeira morte por Covid-19 em Alagoas (31 de março de 2020), pesquisadores estão mais otimistas após semanas difíceis nos meses de janeiro e fevereiro. E apesar de haver registro de casos e mortes nas 102 cidades alagoanas, constata-se que dois municípios vizinhos a Maceió, Barra de Santo Antônio e Paripueira, no litoral norte, detêm as maiores taxas de letalidade por coronavírus, 5,47% e 5,43%, respectivamente.
Para se ter uma análise mais segura sobre a melhoria dos índices, no entanto, pesquisador defende aguardar mais uma semana para analisar os casos de infecção decorrentes do carnaval. Monteirópolis, no Sertão, com 4,79% e, na Zona da Mata, encerram a lista Colônia Leopoldina e Murici, com 4,38% e 4,28%, na sequência.
Em entrevista à Gazeta de Alagoas, o pesquisador Esdras Andrade (integrante do grupo de trabalho sobre a Covid-19 do Instituto de Geografia, Desenvolvimento e Meio Ambiente da Universidade Federal de Alagoas) afirma que considerando os números mais recentes, relativos ao monitoramento diário da Covid-19 no Estado, observa-se que, após dois meses de consideráveis altas, os dados mais recentes mostram-se melhores.
O pesquisador pondera ser necessário aguardar o cenário epidemiológico resultante de infecções decorrentes do carnaval. “A média móvel diária está no mesmo patamar das verificadas entre julho e agosto de 2021. Entretanto, para confirmar uma expectativa mais otimista, será necessário aguardar mais uma semana para observarmos o saldo das possíveis infecções ocorridas durante os dias de carnaval”, declarou.
A reportagem pergunta ao pesquisador sobre as cidades alagoanas mais letais para a Covid-19. “Tratar da questão de quais municípios alagoanos são mais letais, é preciso entender que existem três maneiras de abordar esta temática e que se faz necessário, primordialmente, explicar suas diferenças. A primeira abordagem corresponde ao somatório da quantidade de óbitos por município. Neste caso, trata-se do simples cômputo das mortes. São os números absolutos registados pelas respectivas secretarias municipais de saúde e contabilizados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau)”.
Considerando os totais, Maceió tem a maior quantidade de óbitos, com 3.007 registros até sexta-feira (11), seguido de Arapiraca (560 óbitos), Rio Largo (187), Palmeira dos Índios (169) e Delmiro Gouveia (144). “Dois dos cinco municípios se situam na região da Zona da Mata (Leste Alagoano), outros dois no Agreste do Estado e um no Sertão.
A segunda abordagem estabelece uma associação entre o quantitativo das mortes e a população residente em cada município. Com isso, é possível encontrar a proporção de óbitos nesses municípios”, diz. Nessa perspectiva, Maceió encabeça mais uma vez, junto com Satuba, a lista dos cinco municípios com mais mortes por habitante. A proporção para esses dois municípios é de 0,29% - percentual de pessoas que morreram por Covid-19.
Os municípios seguintes são: Delmiro Gouveia (,27%), Rio Largo (25%) e Marechal Deodoro (24%). “Nesta abordagem, quatro municípios são integrantes da Região Metropolitana de Maceió (Rio Largo, Marechal Deodoro, Satuba e a própria capital do Estado)”, acrescenta.
Já a terceira abordagem trata da conexão entre a quantidade de mortes e a quantidade de casos da doença e é amplamente conhecida como letalidade. Esta é a variável que melhor representa a efetividade do impacto das perdas de vidas em relação à disseminação de doenças; neste caso, a Covid-19, pois se calcula a proporção da população que faleceu em decorrência de enfermidade.
VACINAÇÃO
A Gazeta questiona ao pesquisador da Ufal se há uma relação entre as cidades que apresentam dados mais preocupantes sobre a pandemia e vacinação. Esdras afirma que em um primeiro momento, e desprezando a variável tempo, ao analisar a relação entre a taxa de imunização e a taxa de letalidade, não foi possível constatar relações entre elas.
“Isto pode parecer contraditório e desfavorecer a campanha de vacinação, mas é preciso deixar claro que as campanhas de imunização tiveram seu início há aproximadamente um ano, ao passo que os óbitos começaram a ser registrados assim que se deflagrou a pandemia, dois anos atrás”, afirma.
Isto significa que não há relação entre a quantidade de óbitos e a vacinação? Obviamente que não, explica o pesquisador. “Pois, ao fazer o recorte temporal nos registros da taxa de letalidade no mesmo período em que se iniciou a vacinação da população no Estado, podemos perceber que os números de mortes caíram consideravelmente. Podemos dizer que essa redução foi em torno dos 85%”, finaliza o pesquisador Esdras Andrade.