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Nº 5874
Cidades

�ndios invadem Funai pedindo reconhecimento

Cerca de 105 índios representantes das tribos karuazu e katokim, de Pariconha; kalankó, de Água Branca e kulu-pankó, de Inhapi, saíram de suas comunidades e estão na sede da Fundação Nacional do Índio, Funai/AL, reivindicando o reconhecimento indígena. S

Por | Edição do dia 16/04/2002 - Matéria atualizada em 16/04/2002 às 00h00

Cerca de 105 índios representantes das tribos karuazu e katokim, de Pariconha; kalankó, de Água Branca e kulu-pankó, de Inhapi, saíram de suas comunidades e estão na sede da Fundação Nacional do Índio, Funai/AL, reivindicando o reconhecimento indígena. Segundo o cacique Edvaldo Pacífico, apesar dessa ser uma reivindicação antiga, a Funai ainda não mandou um antropólogo para as tribos. “O reconhecimento oficial só é dado quando o antropólogo vai até as comunidades, analisa os costumes, a tradição do povo, sua origem e cultura, em geral. É um absurdo a gente viver sem a identidade. Nós dependemos disso para lutar pela terra e para viver em paz”, alegou. De acordo com o cacique, além dos 105 índios que chegaram a Maceió no domingo, estão sendo esperados mais 30, da tribo jeripancó, também de Pariconha. “A luta deles é pela demarcação das terras, porque eles já têm identidade oficialmente reconhecida”, afirmou. Segundo Pacífico, em Alagoas os índios constituem uma população de nove mil pessoas, incluindo todas as comunidades. O prazo previsto na Constituição de 88 para demarcação do território indígena expirou em 93, sem o cumprimento da medida pelo governo. Outro agravante foi o Decreto 1775/96, que permite a invasão de áreas indígenas por latifundiários, contradizendo o próprio texto constitucional. A esperança dos povos indígenas passou a ser a aprovação do Estatuto do Índio. O cacique acrescentou que em Alagoas 100% das terras indígenas sequer foram desapropriadas e os processos de identificação do território indígena encontram-se parados.

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