Os sem-terra pediram ao governador Ronaldo Lessa, ontem, durante reunião no Palácio Floriano Peixoto, a intervenção do Estado para acelerar o processo de reforma agrária em Alagoas, e reivindicaram o apoio do governo para encaminhar a Brasília o pedido de exoneração de José Quixabeira da Superintendência do Incra no Estado. Outro item da pauta foi a implantação do Fundo Agrário no Estado, visando garantir recursos para pagamento de desapropriação de terras. O presidente do Instituto de Terras e Reforma Agrária do Estado de Alagoas (Iteral), Roberto Paiva, que também participou da reunião, após ser consultado por Lessa sobre o relatório de resultados do Incra, disse que a superintendência do órgão em Alagoas teve o pior desempenho de todo o País no ano passado, conforme consta no próprio relatório do Ministério do Desenvolvimento Agrário. “O Incra em Alagoas atingiu apenas 51,2% da meta estabelecida no ano passado, que era de assentar 700 famílias, chegando até a 1.500, mas só conseguiu atender a 346 famílias”, lembrou Paiva. Diante do exposto, o governador recomendou que seja feito um documento mostrando a situação. “Vamos encaminhar esse relatório a Brasília, cabendo ao Ministério, diante dos fatos, decidir pelo afastamento ou não do superintendente José Quixabeira”, observou. Os sem-terra também propuseram a implantação de um Programa Estadual de Reforma Agrária, semelhante ao desenvolvido no Rio Grande do Sul. “O governo poderia resolver alguns conflitos em áreas abaixo dos módulos estabelecidos pelo Incra, ou seja, com menos de 200 hectares”, defendeu José Reginaldo, do MST.