Pelo segundo dia consecutivo, os sem-terra ligados ao Movimento dos Trabalhadores e à Pastoral da Terra bloquearam ruas do centro da cidade, prejudicando o trânsito nas imediações da Praça dos Martírios. Durante a interdição eles ameaçaram depredar veículos que tentassem furar o bloqueio. O protesto dos manifestantes foi provocado pela ausência do governador Ronaldo Lessa, que teve de viajar ontem para Brasília. Revoltados com o “descaso do governo”, os sem-terra resolveram deixar o acampamento montado na praça e voltar para as suas áreas. “Essa foi uma forma de protesto contra a indefinição do governo com relação as nossas reivindicações”, disse Valdemir Agostinho, do MT, que liderou o bloqueio das ruas junto com Carlos Lima, da CPT. Tumulto Durante quase duas horas, a Rua do Sol e a Ladeira dos Martírios ficaram interditadas. O motorista que tentasse passar era ameaçado de ter o veículo depredado. Um Fusca tentou furar o bloqueio e quase foi danificado. Diante da ameaça, o motorista chegou a puxar uma arma, mas o confronto foi contornado por policiais. Para transportar os sem-terra, o governo providenciou vários ônibus e vans. A saída deles para os acampamentos no Interior foi negociada pelo presidente do Instituto de Terras (Iteral), Roberto Paiva, e por integrantes da Comissão de Direitos Humanos da PM.