Uma árvore gigante descoberta na Mata Atlântica, no município de Branquinha, em Alagoas, ganhou destaque nos últimos dias no noticiário do país. A nova espécie, que pode alcançar até 30 metros de altura, foi batizada em homenagem ao compositor e multi-instrumentista alagoano Hermeto Pascoal: Dipteryx hermetopascoaliana. A descoberta está descrita na tese de doutorado da pesquisadora Catarina Silva de Carvalho, da Escola Nacional de Botânica Tropical do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ). Além disso, tem como coautores Haroldo Cavalcante de Lima e Domingos Cardoso, também do JBRJ, Débora Zuanny, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), e Bernarda Gregório, da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Com tronco de cor clara, que se destaca na floresta, o gênero Dipteryx pertence à família das leguminosas e é comum na Amazônia, com espécies como o cumaru (D. odorata), e, no Cerrado, como o baru (D. alata). A Dipteryx hermetopascoaliana é a primeira espécie do gênero descrita na Mata Atlântica, o bioma mais devastado do Brasil, atualmente com cerca de apenas 10% de sua cobertura original. Assim, a Dipteryx hermetopascoaliana já está altamente ameaçada pela destruição histórica de seu habitat. Os pesquisadores encontraram apenas um indivíduo adulto e dois jovens em um fragmento de floresta cercado de lavouras de cana-de-açúcar. “Dessa forma, a Dipteryx hermetopascoaliana já está altamente ameaçada pela destruição histórica de seu habitat. Os pesquisadores encontraram apenas um indivíduo adulto e dois jovens em um fragmento de floresta cercado de lavouras de cana-de-açúcar”, descreveu o JBRJ. “Assim como Hermeto é símbolo de resistência da diversidade da cultura brasileira dentro do universo infinito do jazz, através de seu tempero nordestino e de natureza universal, sendo referência mundial, a árvore gigante Dipteryx hermetopascoaliana que catalogamos é símbolo de resistência da megadiversidade da Mata Atlântica”, afirmam os autores.