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Nº 5897
Cidades Desabastecimento em cidades como Maceió é causado por problema em refinaria da Bahia

Falta de botijões de gás afeta distribuidoras de AL

A situação já é encarada como uma crise de desabastecimento e pode comprometer medida determinada pela Petrobras de reduzir o preço

Por Regina Carvalho | Edição do dia 19/11/2022 - Matéria atualizada em 19/11/2022 às 04h00

Em várias cidades brasileiras, a queixa é uma só: o botijão de gás de cozinha está raro. Os revendedores enfrentam dificuldades para adquirir o produto e, por sua vez, os consumidores não conseguem comprar. A situação já é encarada como uma crise de desabastecimento e pode comprometer medida determinada pela Petrobras de reduzir o preço. A deficiência no estoque já ultrapassa 30%. Ou seja, a redução do valor do botijão que chegaria esses dias ao consumidor pode ficar comprometida. O desabastecimento em cidades, que incluem Maceió, é causado por problema técnico na Refinaria Acelen, na Bahia, segundo informou um empresário do setor. “A previsão de normalidade está prevista para o dia 10 de dezembro. O gás que vem para Maceió, vem na maioria de Suape/PE. Mas o problema é que todos os polos de envazamento estão desviando um percentual para Bahia, senão a Bahia para de vez”, destaca Leandro Henrique Leite César, dono de uma revenda atacadista, credenciado pela Supergasbras. O empresário Leandro lembra que mesmo a maioria das distribuidoras de GLP de Maceió sendo abastecidas por refinarias de Pernambuco, como o produto que sai de Acelen está escasso, o estado vizinho acaba enviando para as cidades baianas e isso reduz a quantidade enviada a Alagoas por Pernambuco. Leandro Henrique concorda ainda que a redução do preço do botijão – determinada pela Petrobras – não deve chegar agora ao bolso do consumidor devido à falta do produto. “Nesse momento acredito que não, porque toda a cadeia produtiva está com os custos bem elevados para não deixar faltar o gás. Têm as horas extras, fretes etc. Minha empresa mesmo está indo retirar o carregamento fracionado, porque chega aos poucos. Aí o custo de frete dobra ou triplica”, detalha.

Ele acrescenta que o consumidor somente deve sentir a redução quando o problema na refinaria de Acelen for sanado. “Por enquanto acho difícil as distribuidoras repassarem essa redução”, reforça.

Na última quarta-feira (16), a Petrobras anunciou a redução do preço médio de venda do gás liquefeito de petróleo (GLP), mais conhecido como gás de cozinha. O novo valor deveria entrar em vigor ontem (17). Com a medida, o preço pago pelas distribuidoras será reajustado de R$ 3,7842 por quilo (kg) para R$ 3,5842/kg. Isso equivale a R$ 46,59 por botijão de 13 quilos ou uma redução média de R$ 2,60 por 13 kg. A Petrobras justificou que a redução acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com a sua prática de preços e que o objetivo é buscar o equilíbrio dos seus preços com o mercado sem o repassar para os preços internos a volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio. Na primeira quinzena de novembro, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) publicou que o botijão de 13 quilos ficou estável ao consumidor final, com média nacional de preço de R$ 109,86. O pico histórico do preço do botijão aconteceu na última semana de março, quando chegou a R$ 113,63. Sobre o desabastecimento, em nota enviada ao G1 Bahia, a Refinaria Acelen informou que vem tomando todas as medidas para normalizar o suprimento de GLP para os distribuidores. Foi ampliada a contratação de navios para reforço do abastecimento até que a produção na Refinaria de Mataripe tenha sua capacidade total inteiramente regularizada.

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