A Polícia Civil de Alagoas (PC/AL) vai pedir a prorrogação, por 30 dias, do inquérito relacionado ao caso do empresário Marcelo Leite, de 31 anos, morto após ser baleado em suposta abordagem policial em Arapiraca, Agreste de Alagoas. A informação foi confirmada, ontem (12), por Sidney Tenório, um dos delegados que investiga o caso.

“Devemos pedir, até pela questão do prazo para reconstituição do caso”, disse à reportagem da Gazeta. Os seis policiais militares envolvidos na morte de Marcelo Barbosa Leite, durante uma abordagem em Arapiraca, irão participar da reconstituição do caso, que foi determinada pela Justiça a pedido do Ministério Público do Estado, mas ainda não tem data para acontecer. Desde que o caso ocorreu, a versão dos policiais aponta para que o empresário estava portando uma arma de fogo durante a abordagem e que teriam agido por legítima defesa. A família do empresário nega essa versão. Para ajudar a esclarecer o caso, a Justiça determinou que houvesse a reconstituição da cena. A participação dos policiais é opcional, mas, segundo o advogado dos seis PMs, Napoleão Lima Júnior, eles irão participar da reprodução simulada. Dez pessoas foram ouvidas, sendo os seis policiais e mais quatro testemunhas. As investigações devem ser encaminhadas ao Instituto de Criminalística, responsável por marcar o dia da reconstituição. Para Napoleão Lima Júnior, a simulação pode ocorrer ainda este mês. Marcelo foi atingido por um disparo de fuzil, nas costas, na madrugada do dia 14 de novembro, durante uma suposta perseguição policial, nas imediações do 3° Batalhão da PM, na AL-220, em Arapiraca. A vítima passou alguns dias internada em hospital particular de Maceió, mas precisou ser transferida para São Paulo, onde não resistiu e morreu. Na última semana, dois policiais militares que comandavam a guarnição foram ouvidos. Um dos comandantes da guarnição atirou nos pneus do carro guiado por Marcelo e outro, na lateral do veículo, que acabou atingindo o empresário. A informação foi confirmada pelos policiais militares durante depoimento na Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), em Maceió. Outros quatro policias militares envolvidos na ocorrência já prestaram depoimento à polícia esta semana.