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Nº 5897
Cidades

Samu leva a escolas e creches noções de primeiros socorros

Objetivo principal é levar treinamento aos profissionais para que atuem nas causas de urgência e emergência junto às crianças

Por Mariane Rodrigues | Edição do dia 17/12/2022 - Matéria atualizada em 17/12/2022 às 04h00

Uma criança se engasga durante um momento de descontração no intervalo da creche. Nesse instante, a surpresa e o desespero tomam conta de muita gente. Que atitude tomar? É uma situação que pode ocorrer em qualquer lugar ou momento e estar preparado para agir pode fazer enorme diferença para o desfecho dessa história ser feliz ou trágico. 

Para Lucas Begalli, criança de 10 anos, o final foi o pior possível: após se engasgar em um passeio da escola com uma salsicha de cachorro quente, o menino morreu por asfixia mecânica em 2018. O fato de as pessoas ao redor não conhecer técnicas de primeiros socorros e demorarem a tomar medidas contribuiu significativamente para o óbito. 

Essa história levou à criação da Lei Lucas (13.722/2018), que obriga a capacitação em noções básicas de primeiros socorros de professores e funcionários de estabelecimentos de ensino público e privados de educação básica e de estabelecimentos de recreação infantil. Com base nessa lei, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Alagoas tem levado cursos de primeiros socorros para creches de diversos municípios alagoanos. O projeto, denominado de Escola Segura, já esteve em creches de oito municípios do estado e na programação já está prevista uma escala de mais 30 cidades solicitantes. 

O caso de Lucas ocorreu em São Paulo. Mas não precisa sair de Alagoas para exemplificar a importância desse tipo de conhecimento. Foi no bairro Santos Dumont, em Maceió, que o estudante de técnico de enfermagem Alexsandro Bezerra de Miranda Soares, de 39 anos, conseguiu salvar a vida de Rafael Rocha Silva, em 2019, quando ele tinha apenas dois meses. O pequeno Rafael, hoje com três anos, nasceu prematuro e teve uma parada cardíaca, devido a um engasgo e desacordou. Por sorte, Alexsandro morava na casa ao lado. 

“Comecei a ouvir gritos de desespero e eu comentei com minha esposa que estava acontecendo algo na casa vizinha. Os gritos começaram a ficar mais altos e aflitos. Quando chegamos na casa  nos deparamos com a pior cena possível”, relata Alexsandro, estudante de técnico de enfermagem e já fez diversos cursos de primeiros socorros. 

“A sensação que senti na hora foi de desespero. Não consegui fazer nada na hora, só chorar”, relata a mãe de Rafael, Rafaella Rocha Paiva, ao lembrar do dia que viu o filho quase escapar de suas mãos.  

Segundo ele, o bebê estava cianótico (roxo), desacordado e não respirava. “Peguei o bebê, comecei a fazer manobras de tapotagem e RCP [Reação Cardiopulmonar], que são tapas nas costas com o calcanhar da mão e cinco massagens cardíaca no meio do tórax do bebê. Desta forma, faz a repetição até a desobstrução das vias aéreas do bebê, e na terceira tentativa, deu certo. A criança voltou ao normal, graças a Deus e aos meus treinamentos”, relata Alexsandro..

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